Pelas próximas quatro rodadas do Brasileirão, o Grêmio poderá cuidar bem do "velhinho" Douglas, como quer Roger Machado. Com intervalo de uma semana entre uma partida e outra, o meia de 34 anos poderá finalmente obter o repouso pretendido pelo treinador e se consolidar como uma das referências técnicas da equipe no Brasileirão.
Depois do Gre-Nal, Roger lembrou que o desempenho do jogador havia sido consequência de um trabalho específico de preservação. Por uma questão estratégica, Douglas foi poupado no jogo contra o Atlético-PR, dia 23 de junho, em Curitiba – um repouso emergencial para diminuir os efeitos do desgaste acumulado nas rodadas anteriores, com jogos a cada três dias.
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– Jogadores de idade um pouco mais avançada precisam de um controle maior. Demos uma poupada em virtude da sequência de jogos – explica Mário Pereira, auxiliar de preparação física.
Não se trata de debilidade física, salienta o preparador. Sempre um dos primeiros a chegar para os treinamentos, Douglas é dono de um bom condicionamento. Nos momentos de trabalho, puxa a fila e desfaz a imagem de jogador desleixado.
– O que fizemos foi dar uma protegida na musculatura dele, pela intensidade forte dos treinamentos e jogos – diz o preparador.
Douglas não começou o Brasileirão como titular. Na primeira rodada, contra o Corinthians, no Itaquerão, ficou entre os reservas porque Roger Machado queria observar Bolaños como armador. No jogo seguinte, contra o Flamengo, na Arena, entrou somente nos minutos finais, justo na vaga do equatoriano, já na reta final para disputar a Copa América.
A partir de então, Douglas só deixou de ser aproveitado contra o Atlético-PR. Na goleada por 3 a 0 contra o Atlético-MG, na terceira rodada, participou do terceiro gol. Teve importância decisiva no empate em 3 a 3 contra a Chapecoense, com assistências para dois gols. Antes do Gre-Nal, havia deixado sua marca nas redes adversárias contra Cruzeiro e Santos.
Jogo após jogo, reverte a desconfiança que algumas atuações discretas no início do ano haviam gerado e se afirma como titular absoluto. Roger contribui para sua eficiência ao colocá-lo no chamado terço final do campo, em que fica mais fácil pisar na área adversária, como exige o treinador.
Os cuidados com o "velhinho" também incluem a alimentação. O cardápio de Douglas conta com os mesmos nutrientes dos demais jogadores. O que se diferencia é a quantidade consumida. A partir dos 30 anos, jogadores passam a reduzir comidas mais calóricas, diferentemente dos mais jovens.
– O metabolismo fica mais lento. Se comer o que um adolescente come, aumenta o peso – observa a nutricionista Katiuce Borges.
Disciplinado, Douglas ingere sem reclamar a suplementação servida após os treinamentos e jogos. Bem condicionado, poderá aproveitar, sem culpa, os prazeres da folga pós-Gre-Nal, que só termina nesta quarta.
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