
A falta de efetividade do ataque distancia o Grêmio do G-4. Décimo melhor ataque do Brasileirão, com 32 gols, o time fez apenas três nas últimas cinco partidas e precisa de pelo menos duas rodadas para reingressar na zona de classificação à Libertadores. Agora, também se vê ameaçado na tabela por equipes como a Ponte Preta, adversária desta quarta-feira, às 21h, em Campinas.
A dificuldade de marcar aumenta com a ausência de Douglas, que cumprirá suspensão pelo terceiro cartão amarelo. Autor de quatro gols, ele é o segundo artilheiro da equipe e, hoje, tem sua vaga disputada por Negueba e Lincoln, que ainda não marcaram no Brasileirão. Bolaños e Pedro Rocha, que começarão contra a Ponte Preta, têm um gol cada. Garantia de efetividade, mesmo, só com Luan, que já marcou seis vezes.
Leia mais
Conversa vazada do WhatsApp deve derrubar diretor do Grêmio
Ponte Preta x Grêmio: tudo o que você precisa saber para acompanhar a partida
Roger relaciona Walace, e Grêmio só tem uma dúvida para encarar Ponte
O quadro se agravou quando Giuliano, que tinha quatro gols, deixou o clube. Depois dele, a lista de goleadores tem Geromel, com dois. Marcelo Hermes, afastado por falta de acerto salarial, também marcou duas vezes. Falta ao Grêmio a efetividade de um Robinho (11 gols pelo Atlético-MG), Gabriel Jesus (10, pelo Palmeiras) ou até mesmo Sassá (10), um dos responsáveis pela ascensão do Botafogo na competição.
Ex-centroavante do Grêmio e autor do gol do título da Copa do Brasil de 1994, Nildo, hoje com 50 anos, acha que faltam treinamento e orientação para os atacantes. Em sua época, conta, só saía do gramado suplementar do Olímpico quando já havia escurecido. Ficava treinando conclusões em cruzamentos de Arce, Roger e Arílson.
– Sei que os métodos de treino se modificaram. Mas há muitos teóricos que não conhecem os fundamentos da posição. Não sabem ensinar cavadinha, cabecear no lado contrário do goleiro, bater de chapa. E os goleiros também evoluíram muito – diz o ex-jogador, que lamentou o excesso de chances desperdiçadas contra o Palmeiras, jogo que assistiu pela televisão em Belém do Pará.
Atacante precisa de sequência para render a pleno, avalia o ex-centroavante Christian, que atuou no Grêmio em 2003. No caso atual, ele observa que há muitos jovens disputando a mesma vaga e, sem a garantia de que irão prosseguir, são traídos pela ansiedade.
– Esse é um fator. Mas também falta, às vezes, aquele movimento que o bom atacante precisa ter. Atacante precisa saber qual a decisão mais acertada a cada momento – opina.
Christian elogia Luan. Valoriza a inteligência do falso nove e sabe que, a qualquer momento, ele terá o lampejo criativo. Mas faz uma ressalva:
– Às vezes, ele fica sobrecarregado.
A Ponte Preta é a prova de que a tarefa de uma equipe é menos árdua se ela conta com um goleador. O crescimento do time passa pelo centroavante William Pottker, que já marcou nove vezes e é, hoje, uma ameaça para Geromel e Kannemann.
Acompanhe o Grêmio no Gremista ZH. Baixe o aplicativo:
*ZHESPORTES
