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Vai além dos R$ 6 milhões de prêmio pagos pela CBF o significado de ganhar uma Copa do Brasil. A conquista de um título abre ao Grêmio perspectivas de negócios que vinham represadas havia anos.
O maior ganho é na valorização da marca. Esse é o fator que desencadeia o fechamento de novos contratos publicitários ou renovação dos atuais, em valores mais altos.
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A classificação à Libertadores, decorrência da conquista, gera cotas e prêmios que serão reajustados em 2017, conforme promessa da Conmebol. Este ano, somadas todas as fases, o campeão Nacional-COL faturou cerca de R$ 30 milhões.
– A autoestima do torcedor cresce e isso gera mais fluxo de compra de produtos e presença nos jogos – destaca o executivo de marketing do clube, Beto Carvalho, lembrando que o Grêmio possui mais de dois mil artigos licenciados, sobre os quais fatura royalties.
Em caso de conquista da taça, já está combinado o pagamento de uma premiação extra por parte dos patrocinadores.
Gerente do Quadro Social, Harrison Vianna já tem percebido desde a semana passada o valor que a torcida dá a um título. São milhares de gremistas que enfrentam sol e chuva para virar sócios.
Só nos três primeiros dias depois da confirmação da Arena como local do segundo jogo contra o Atlético-MG, houve quatro mil novas associações. Agora, esse número já supera os 10 mil. Poderão ser 20 mil até o final do mês.
– Não há histórico recente de tanta mobilização. Costumam ser mil associações por mês – compara o gerente.
O interesse está diretamente ligado à possibilidade de o novo sócio já ter direito a ter seu lugar na Arena na decisão. Também é grande a procura pela modalidade sócio-torcedor, que tem prioridade para a compra do ingresso.
O que Harrison e sua equipe pretendem é que o novo sócio se mantenha fiel também em 2017 e não limite seu interesse apenas para a decisão. Hoje, o clube conta com 73 mil associados, sendo 53 mil em dia, 11 mil que não pagam por serem remidos ou crianças e o restante inadimplentes.
– O novo sócio vai experimentar, gostar e continuar – projeta.
A chance de título fax explodir, também, a procura por camisetas, o produto que mais toca o coração do torcedor. Christian Albrecht, gerente de licenciamento da Grêmio Mania, prevê que pelo menos quatro mil sejam vendidas até o dia 30.
Ele usa como parâmetro o modelo em cor rosa, lançado em outubro, que teve mais de 500 peças comercializadas só na primeira leva.
– Desde a classificação para a final, o movimento da loja na Arena cresceu de 30 a 40%. Nas franquias, a venda também é absurda. Vamos vender mais camisetas na final do que no Natal – projeta.
Com tanta procura, a preocupação agora é aumentar o número de vendedores e caixas no dia do jogo e abrir também a out let instalada ao lado do Quadro Social.
– Dia 30 vai ser um feriado entre aspas. Às 7h já haverá torcedor fazendo churrasco no entorno da Arena – sorri Albrecht.
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O consultor de marketing e gestão esportiva Amir Somoggi vai na contramão da euforia. Ele teme que a classificação para a Libertadores seja um passaporte para gastos exagerados em contratações, que irão abalar as finanças do clube.
Também não vê como muito expressivos os valores pagos pela Conmbebol.Ao falar sobre a valorização da marca - conforme a consultoria BDO Brazil, o Grêmio vale R$ 666,6 milhões -, Somoggi é duro:
– É uma falácia.
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