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Ninguém teve pressa para chegar em casa. Já passava da meia-noite quando os primeiros torcedores começaram a se erguer das cadeiras da Arena, ainda radiantes com a festa que haviam presenciado. A conquista de um título depois de 15 anos gerou uma incontrolável onda de alegria, que todos queriam desfrutar ao máximo e guardar na memória.
Jogadores e dirigentes se ajoelharam e rezaram no centro do gramado, sob o comando de Renato Portaluppi. Nas cadeiras, a torcida cantava e aplaudia.
– O Grêmio nunca deixou de ser grande. O campeão voltou – celebrou, aos gritos, Marcelo Grohe, que, antes, havia feito uma homenagem os goleiros Danilo e Follmann, da Chapoecoense. – Agora, já posso me aposentar – brincou.
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Eleito o melhor jogador da partida e da Copa do Brasil, Douglas não se fez de rogado e provocou risos entre os jornalistas ao anunciar que comemoraria o título bebendo.
– Sem o grupo, eu não conseguiria isso. Sempre é bom vencer. Ainda mais do jeito que foi. Foram 15 anos, o primeiro título da Arena. Conseguimos dar um pouco de alegria para o torcedor. E a gozação para um pouquinho – disse o meia.
Contratação mais cara feita para a temporada, o equatoriano Bolaños também entra para a história do clube com um gol na final, depois de ter enfrentado um ano difícil, marcado por várias lesões.
– Sempre confiei em Deus e tive a chance marcar um gol do título – festejou.
A taça foi erguida por Grohe, Maicon e Gabriel, zagueiro que ainda se recupera de lesão sofrida em 2013 e chamado por Renato Portaluppi para concentrar para a decisão.
– Essa torcida merece. Pode soltar o grito de campeão que estava engasgado há muito tempo – disse Geromel, sem esquecer de homenagear a Chapecoense.
– Todo mundo colaborou. Por isso melhoramos – reagiu, com modéstia, o argentino Kannemann, ao ser elogiado por sua participação na campanha que rendeu o título.
Reeleito presidente, Romildo Bolzan abre seus segundo mandato contabilizando um título. Com isso, ganha fôlego e a confiança dos torcedores para levar adiante seu projeto de reorganização financeira do clube, iniciado em 2015.
– Estou em êxtase. Estou feliz pela torcida – disse o dirigente, assegurando que já existe um projeto para a Libertadores.
A volta olímpica, feita numa longa caminhada, foi várias vezes interrompida. A todo momento, os jogadores paravam para mostrar o troféu à torcida e deitavam-se no chão para tirar fotos. Luan, extasiado, dançava abraçado a uma bandeira do clube. Era seu desabafo contra Sasha, do Inter, que havia dançado a valsa dos 15 anos quando o Inter sagrou-se campeão gaúcho, em maio.
– O Grêmio me abriu as portas e confiou em mim. Marquei meu nome na história do clube – disse Luan, sem querer fazer previsões para 2017, ano em que deverá ser assediado por propostas de clubes europeus.
Crianças corriam dentro de campo, salpicado por pedaços de papel. Enquanto isso, o hino do clube era entoado pelo serviço de alto-falante da Arena, estádio que, neste 8 de dezembro, completa quatro anos de inauguração. Prorrogando ao máximo a comemoração, os torcedores seguiram cantando, desfrutando os minutos finais de uma festa que, depois, se estenderiam por toda a cidade.
– Este é só o primeiro passo do sonho. No ano que vem, queremos o tri da Libertadores e o bi mundial – prometeu o diretor técnico Valdir Espinosa.
Um cordão de policiais postou-se dentro de campo, observando a saída dos últimos torcedores do interior da Arena. Atrás, já era desmontada a estrutrura que havia sido montada para a entrega da taça. Começaram então os acordes da banda da Geral. O aviso de que um novo foco de celebração se abria. Sem hora para terminar.
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