Desta vez, não haverá o atropelo que resultou fatal em 2016.
Ao contratar um voo fretado para o Paraguai, na próxima semana, para enfrentar o Guaraní, pela Libertadores, o Grêmio diminui o desgaste físico de seus jogadores em meio aos dois jogos semifinais do Gauchão, contra o Novo Hamburgo.
O embarque para Assunção será às 23h de terça-feira, dois dias antes da partida. O retorno será no começo da madrugada de sexta, poucas horas depois do jogo. Sobrará tempo para que os jogadores descansem e ainda possam treinar durante a tarde.
No ano passado, o calendário apertado exigiu da direção uma polêmica decisão. Como o time retornaria quinta-feira em voo normal de Quito, capital equatoriana, os dirigentes solicitaram o adiamento do primeiro jogo da semifinal contra o Juventude, pelo Gauchão, que seria realizado domingo.
A equipe voltou a atuar terça-feira pela Libertadores, desta vez em casa. Dois dias, depois enfrentou e perdeu para o Juventude, com time misto, e ficou na obrigação da virada domingo para chegar à final.
Eliminado no saldo de gols, o time ainda passaria por nova contestação apenas três dias depois, ao perder em casa para o Rosario Central-ARG.
A conclusão é de que todo o atropelo teria sido evitado se fosse fretado um voo para Quito e evitado o adiamento do primeiro jogo contra o Juventude.
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O presidente Romildo Bolzan Júnior diz que a opção pelo fretamento da viagem já havia sido feita antes mesmo de a equipe se classificar para a semifinal do Gauchão.
Conforme o dirigente, a decisão por voos fretados foi tomada ainda em dezembro, logo após o sorteio dos grupos da Libertadores, que reservou para o Grêmio longos deslocamentos até Barinas, na Venezuela, e Iquique, no Chile. Mesmo que a logística da viagem até Assunção seja mais simples, a direção decidiu fretar voo também.
- É uma questão de conforto. O voo fretado permite maior tempo de recuperação para os jogadores. Ganhamos três ou quatro dias a mais de preparação - diz Bolzan.
Ele nega arrependimento por ter usado time misto contra o Juventude, no ano passado. Garante que jogadores como Pedro Rocha, Lincoln e Everton, usados na noite de 22 de abril, em Caxias do Sul, já desfrutavam, naquele momento, da mesma confiança de hoje.
- Só não ganhamos o jogo de volta contra o Juventude. Pressionamos o tempo todo e eles fizeram um gol em que a bola desviou no nosso jogador e entrou - lembra Bolzan, numa referência ao chute de Roberson, hoje no Inter, que tocou em Bressan antes de entrar.
Segundo Bolzan, não há muita diferença de custo entre um voo comercial e um fretado. O custo extra, informa o dirigente, é repassado para torcedores, conselheiros e mesmo jornalistas, que pagam passagem para viajar junto com a delegação.