
Conversei no início da noite deste domigno com o vice de futebol do Novo Hambugo, Everton Cury. Senti que o jogo de volta contra o Grêmio só será em Novo Hamburgo se o técnico Beto Campos e os jogadores pedirem, e com algum vigor, para que se leve em conta o aspecto técnico e não o financeiro.
Cury está decepcionado com a falta de apoio local. Segundo ele, no jogo contra o Veranópolis, que valia o primeiro lugar geral, foram só 700 pagantes. No sábado, decisão por vaga na semifinal, o borderô do Estádio do Vale apontou 1.500 pagantes.
Leia mais:
No Twitter, Grêmio lembra Gre-Nal do 5 a 0 após quinto gol contra o Veranópolis
Volante Maicon está fora do jogo contra o Iquique
Diori Vasconcelos: árbitro de Grêmio x Iquique fará estreia em jogos pela Libertadores
A folha do Novo Hamburgo custa R$ 176,8 mil mensais, uma das mais enxutas da primeira divisão. Mas não há apoio local para ajudar a bancá-la. Nem da torcida, nem dos empresários. "Choro de torcedor porque o jogo pode ser fora da cidade não me comove", desabafou o dirigente ao telefone.
A ideia de colocar arquibancadas móveis no Estádio do Vale também é levada em conta. Mas há a questão da segurança e da liberação da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros. Sem contar que elas também custam dinheiro.
A ideia de levar o jogo de volta ao Beira-Rio pode valer o segundo semestre. Cerca de 90% do grupo quer permanecer para a Série D. Os contratos de quase todos se encerra no dia 15. Cury terá de renovar nesta semana para que possam enfrentar o Grêmio. Para se ter uma ideia do quão dramática é a situação, ele queria já fazer uma prorrogação que englobasse o período da Série D. Mas as incertezas quando a ajuda financeira forçarão que se faça a ampliação até o fim do Gauchão. A lei permite uma prorrogação gratuita. Uma segunda, custa R$ 200. Como são 30 jogadores, serão R$ 6 mil. E esse dinheiro impacta no orçamento do Novo Hamburgo.
Pergunto para Cury sobre a Série D. Ele é sincero e direto: "Se não houver dinheiro, não disputaremos." Está na mão, agora, da comunidade local ajudar o clube. Dentro de campo, ele está fazendo sua parte.