
A grande dúvida do Grêmio para o jogo desta quarta-feira (13), contra o Botafogo, é a presença de Luan. O meia-atacante tem um problema muscular na coxa direita e será avaliado durante a semana para ter sua participação ou não determinada.
Caso Luan não possa jogar, Renato Portaluppi precisará buscar uma alternativa dentro do elenco. As opções passam por Arroyo, Everton, Léo Moura e Patrick, mas podem passar até por Jailson ou Beto da Silva. ZH convidou colunistas e comentaristas para analisar as possibilidades.
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Luiz Zini Pires, colunista de ZH
Lesão muscular é um drama na vida do atleta. Tolhe os movimentos, afasta um trabalho físico mais intenso, rouba a forma técnica e a confiança. Luan passou os últimos dias longe de uma bola de futebol. O atacante é um dos melhores jogadores em atividade do país. É o grande nome do Grêmio. Sem ele, o time perde inteligência, improvisação e mobilidade.
Pelo seu tamanho, Luan não tem substituto. Renato precisará improvisar e, no improviso, surpreender o Botafogo, no Rio. O gremista tem opções.
Uma delas, a melhor, é Léo Moura. O polivalente jogador poderia cumprir alguns funções mais defensivas de Luan. Liberar mais Fernandinho e Barrios. Rechear o meio-campo. Aumentar o tempo de posse de bola do time, Se o jogo pedir uma time mais ofensivo durante parte dos 90 minutos, Everton seria uma alternativa, com o recuo de Fernandinho.
Cléber Grabauska, comentaristas da Rádio Gaúcha
Eu acredito que o Renato irá escalar um time muito parecido com o que começou o jogo diante do Vasco. As trocas seriam a volta de Ceromel, recuperado de lesão, no lugar de Bressan e a entrada de Jailson na vaga de Michel, que está suspenso. A linha de volantes teria Jailson e Arthur. Na armação, Ramiro, Léo Moura e Fernandinho, com Lucas Barrios mais avançado.
Mas eu escalaria o Grêmio de uma maneira diferente. Afinal de contas, Luan não é o único desfalque. Nos últimos dias, Renato perdeu Pedro Rocha, até então um titular absoluto. Maicon, uma espécie de 12° jogador, e Michel, que está fora deste primeiro jogo. E essas quatro ausências mexem no equilíbrio do time. Afetam a marcação, a armação e a força ofensivo. Por isso, encaminharia um time mais mexido.
Para o lugar de Michel, colocaria Jailson, mesmo que ele não viva uma boa fase. Escalaria Jailson ao lado de Ramiro. E na linha de armação, teria Fernandinho e Everton pelos lados e Arthur centralizado. Considero que, assim, o Grêmio teria força para marcar, qualidade para armar e velocidade para atacar.
Leonardo Oliveira, colunista de ZH
Léo Moura, embora pareça uma improvisação, é quem mais deixa o time emergencial parecido com o ideal. Léo tem o toque mais qualificado, a rodagem para dar cadência e a infiltração que já fazia nos tempos de lateral. Outro ponto a seu favor é que Renato talvez precise recuar Ramiro para a vaga de Michel. Nesse caso, as peças se encaixam como um quebra-cabeças, com Fernandinho entrando na direita, onde rende mais, e Everton na esquerda, onde mais gosta de atuar.
Diogo Olivier, colunista de ZH e comentarista da RBS TV e Rádio Gaúcha
Sem Luan, e já sem Pedro Rocha, Michel, Maicon, Bolaños, Gata Fernández e Lincoln, vamos para o terreno da emergência ao escalar o time. É duro para Renato. Eu iria de Jailson e Ramiro, como volantes. Na linha de três, Leo Moura e Fernandinho nas extremas e Arthur de central. Ramiro como volante está longe de ser improviso. Moura adiantado na direita, idem. O lado direito, com Edilson, Ramiro e Léo Moura pode dar samba. Eles fizeram boas partidas assim no Gauchão. Levo em conta que Renato elegeu Everton como substituto de Barrios por ajudar menos a marcar do que os ouros, tirando-o da extrema. E pode ser arma para o segundo tempo, na estratégia de jogo. O Grêmio tem de voltar vivo do Engenhão, caso Luan de fato não jogue.
David Coimbra, colunista de ZH
Leonardo Moura não pode jogar no meio-campo. Essa experiência foi tentada no Gauchão e fracassou. Leonardo Moura é brilhante na lateral e convencional no meio. Não pelo toque na bola; pela movimentação. Na lateral, a movimentação é limitada; no meio, a movimentação tem amplas possibilidades. Luan é importante porque se movimenta de forma não óbvia. Por isso, mesmo quando ele joga mal, ele é fundamental para o time. Porque não é só seu toque na bola que faz a diferença. O que faz a diferença é a maneira como ele se desloca, abre o jogo, desnorteia o adversário e revela espaços para o time.
Não há ninguém no Grêmio que jogue como Luan. Talvez esse jovem Patrick, mas, como disse, ele é jovem, não pode sair jogando em uma partida decisiva. Sem a movimentação de Luan e Pedro Rocha, sem o passe escorreito de Maicon, sem a velocidade e a capacidade de finalização de Bolaños, Renato terá de improvisar, inventar um novo jeito de jogar. Talvez com Arroyo, que é ponta, passando Fernandinho para o lado direito. Talvez. Felizmente, para Renato, há alternativas. Não que ele vá encontrar alguém como Luan, mas que ele vá construir um time diferente sem Luan.