A delegada Sílvia Coccaro de Souza poderá pedir a exclusão dos estádios dos envolvidos na briga de torcidas no Beira-Rio, na última quarta-feira, após o jogo que marcou a despedida do ex-jogador do Inter Fabiano Souza. Depois da partida, uma confusão entre integrantes da Popular e da Guarda Popular terminou com duas pessoas esfaqueadas e outras duas feridas. Quinta-feira, o Inter excluiu as torcidas do clube.
Baseada no artigo 39 do Estatuto do Torcedor, a delegada pretende solicitar a proibição da entrada no estádio dos envolvidos na briga.
- Vou solicitar a exclusão dos envolvidos conforme o artigo 39 do estatuto. Depois, irá para o Ministério Público e, depois, o juiz irá decidir. O pedido será meu porque tenho essa legitimidade - conta.
O artigo 39 do estatuto diz que "...A torcida organizada que, em evento esportivo, promover tumulto; praticar ou incitar a violência; (...) será impedida, assim como seus associados ou membros, de comparecer a eventos esportivos pelo prazo de até 3 (três) anos."
Nesta segunda-feira, duas vítimas e o diretor de torcidas organizadas do Inter, Luís Fernando Martins, prestaram depoimento na 20ª Delegacia de Polícia da Capital. Agora, a delegada pretende finalizar a busca pelos suspeitos até o fim desta semana. Conforme a polícia, os dois principais suspeitos são os líderes de ambas as torcidas.
- Como suspeito, não sabemos se há mais alguém envolvido. Quanto às vítimas que prestaram depoimento hoje, os ferimentos foram bastante graves. Esses torcedores estavam entrando no estádio para assistir ao jogo e teriam sido abordados por um dos líderes de uma das torcidas. Um deles tomou uma paulada na cabeça e outro, um corte no rosto - afirma Sílvia, que aguarda a entrega dos laudos definitivos para fazer a tipificação penal do caso.
Segundo a delegada, em um ano atuando na 20ª Delegacia esta é a primeira vez que vê um caso de briga de torcidas com tamanha violência.
- Isso costuma ser incomum no Inter. A violência foi grande. Ainda mais em se tratando de torcidas do mesmo time - avalia.