
A uma semana de completar o primeiro ano no Beira-Rio, o meia Alan Patrick deu início ao lobby para permanência em Porto Alegre para além de seu contrato de empréstimo. Em entrevista coletiva desde Florianópolis, onde o Inter faz intertemporada no Costão do Santinho, revelou a intenção de não retornar à Ucrânia ao fim de dezembro, quando o vínculo com os gaúchos estiver encerrado. Deseja mais: quer construir uma história vencedora com a camisa vermelha de número 19.
- Ainda não vimos nada, eu prolonguei meu contrato até o final do ano e ainda não sabemos o que vai acontecer. Mas já tem um valor estipulado do passe, estou focado em fazer meu trabalho bem feito, para chegar no final do ano e permanecer aqui - disse Patrick.
Pela dificuldade da operação, as negociações já deveriam ter começado. Alan Patrick chegou ao Inter no dia 6 de julho de 2013, por empréstimo, até o meio desta temporada. Com Dunga, pouco jogou, prejudicado pelo caráter de negócio de ocasião para a venda de Fred e, ainda, não ter sido um pedido exclusivo do antigo treinador. Alan Patrick atuou apenas seis vezes e sofreu com uma lesão no pulso. Com Abel, Patrick ascendeu no Beira-Rio. Já atuou como meia pela direita, no lado oposto e até mesmo centralizado. Aos 23 anos, é visto pela direção do Inter como um jogador polivalente e, desta forma, um investimento nível Charles Aránguiz - já esteve em campo 22 vezes em 2014 e marcou três gols - dois pelo Gauchão e um pelo Brasileirão.
Por conta das boas atuações, o Inter entrou com pedido e o Shakhtar Donetsk aceitou ampliar o vínculo até dezembro. No novo contrato, os europeus fixaram um valor para que o presidente Giovanni Luigi mantenha Patrick no grupo para a disputa da sonhada Libertadores no reformado Beira-Rio. A cifra não confirmada pela direção do Inter seria de 5 milhões de euros (R$ 15 milhões). Assim, o Shakhtar recuperaria o valor investido em Alan Patrick quando o tirou do Santos, em 2011, por cerca de R$ 14 milhões.
Mesmo que uma nova conversa com os ucranianos ainda não tenha acontecido, o departamento de futebol do Inter se mostra atento ao contexto do negócio. Sabe que a situação política no país é motivo para que Alan Patrick não queira retornar. A partir disso, aumenta a confiança em, até mesmo, um novo empréstimo. Comprar o jogador pelos R$ 15 milhões do contrato está fora de cogitação. Delcir Sonda, investidor e parceiro que confirmou Aránguiz no clube até 2018 e Martín Luque como reforço para o segundo semestre, poderia ser uma opção, uma vez que Alan Patrick já pertenceu a Sonda nos tempos de Santos.
- O Shakhtar é difícil de negociar, mas espero que possa ajudar. A situação do país pode ajudar, sim - resumiu Patrick.