O Inter tem saudades de seu passado recente vitorioso. O segundo retorno de Nilmar, confirmado na terça-feira, é prova disto. O clube revisita os anos de glória para sonhar com novas conquistas. Se a temporada 2006 serviu para colocar o Inter no mapa-múndi do futebol, ela também deflagrou um novo dogma no Beira-Rio: os ex-santos de casa são os melhores reforços para fazer milagres no futuro.
O primeiro filho a voltar ao Beira-Rio pós-título mundial foi Christian. Ídolo colorado em um tempo de grandes expectativas e de escassas conquistas, o centroavante foi recontratado para a temporada 2007, quando o novo campeão do mundo buscaria o bi da Libertadores. Não deu certo, mas abriu um precedente que se repetiria muitas vezes.
Depois do centroavante Christian, vieram Nilmar, Bolívar, Daniel Carvalho, Fabiano Eller, Renan, Tinga, Rafael Sobis, Alex e agora Nilmar novamente. Isso sem contar a volta de Abel, atual treinador, Paulo Paixão, no ano passado, e até do dirigente mais vencedor do clube, Fernando Carvalho, presidente na Libertadores de 2006, vice no bi, em 2010.
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- Não é uma regra contratar nossos ex-jogadores. Há vários que já passaram por aqui, foram oferecidos para voltar, e recusados. Mas contratamos jogadores que deram certo e que ainda podem dar certo, identificados com clube e com a torcida - afirma o diretor de futebol do Inter Roberto Melo. - Quem vem de fora passa por uma adaptação. Os que são de casa, porém, já conhecem o ambiente - completa Melo.
Ex-vice de futebol do Inter, Luis Anápio Gomes elogia a contratação de Nilmar, mas defende que o clube busque com muito critério atletas com passagens vitoriosas pelo Inter:
- São atletas que tiveram sucesso no clube, porém, não se pode ficar preso ao passado do jogador para viabilizar uma negociação. O correto é analisar o que o atleta pode dar ao clube. Nilmar tem muito futebol pela frente ainda. Não é voltar ao passado, não é pensamento mágico, mas saber o que ele pode te dar hoje. Não é trazer por trazer.
Ao que tudo indica, o Vale a Pena Ver de Novo do Inter não se limitará a Nilmar. Nos próximos anos, o clube seguirá de olho em pelo menos três de seus antigos xodós: Taison, Fred e Luiz Adriano. Por sinal, o trio foi tentado na janela do meio do ano. O Inter pensou que a grave crise entre Ucrânia e Rússia poderia sensibilizar o Shakhtar Donetsk a liberar o trio.
O que não ocorreu. Desta vez.
Fernando Carvalho: "As chances de sucesso são maiores"
Ex-presidente do Inter, Fernando Carvalho diz que Nilmar foi uma excelente contratação, assim como Kaká pelo São Paulo e Robinho pelo Santos. Jogadores conhecidos dos clubes se adaptam com mais facilidade do que desconhecidos.
Por que contratar "figurinhas repetidas"?
É mais fácil trazer de volta um jogador conhecido do clube, e com um perfil adequado ao elenco, do que um desconhecido. As chances de sucesso na contratação são maiores para um conhecido. Quem retornou, quase sempre deu uma resposta muito boa.
O caso mais emblemático ocorreu em 2010, quando o senhor, como vice de futebol, recontratou Renan, Tinga e Sobis para a semifinal da Libertadores daquele ano.
Precisávamos de jogadores para aquelas funções: goleiro, volante e atacante. Sobis, por exemplo, foi uma contratação para a Libertadores, mas de olho no futuro. Taison seria vendido assim que acabasse a Libertadores.
Tornou-se uma política de futebol do Inter repatriar seus ex?
Não se trata de uma política de contratações do Inter, mas o clube precisa de jogadores com DNA vencedor. Casualmente, esses atletas que têm retornado ao Inter contam com este perfil. E foram campeões pelo clube.
