Sem conseguir dormir direito após a sofrida vitória contra o Figueirense no último sábado, que classificou o Inter para a fase de grupos da Libertadores, o presidente do clube, Giovanni Luigi, resolveu aproveitar o bom fim de ano colorado na praia dos Ingleses, em Florianópolis, comendo camarão à milanesa na beira do mar.
Blog Torcedor Colorado ZH: Isso aqui é Inter, não é...
Enquete:quem deve ser o técnico do Inter em 2015?
Ao lado da mulher e ainda eufórico com o gol de Wellington Silva, ele falou com ZH sobre a frustração de não ter vencido o Brasileirão, chamou os associados à eleição presidencial, avaliou que os jovens precisam ser melhor aproveitados e afirmou que faltou ao Inter um grupo mais forte. Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista.
O senhor terminou a gestão sem um grande título de expressão. Por quê?
O grande título foi este estádio. As próximas gerações darão o futuro reconhecimento e valor pelo modelo de negócio que foi feito e pela grandiosidade da estrutura. Quis o destino que a minha gestão enfrentasse a obra. Foi um processo dolorido, demorado, e o Internacional teve o mérito de conduzir com firmeza. Fomos cuidadosos e responsáveis. Sobre a falta de títulos, tivemos a interdição do Beira-Rio em 2012 e a transferência dos jogos no ano passado. Se isso é decisivo, basta ver o desempenho deste ano. Voltamos para casa em 2014 com aproveitamento de mais de 77%. Tenho certeza de que há algo maior para nós ano que vem. Dei o meu melhor, saio por cima. Deixamos um estádio extraordinário, um terreno de 90 hectares em Guaíba e outra área de terra no entorno do estádio. É o nosso futuro.
E sobre a vitória deste sábado, qual foi a importância para 2015?
Além de valer muito dinheiro, a classificação nos remete para outra etapa da Libertadores. A forma como foi a vitória e o entusiasmo do nosso torcedor encheu de orgulho a nossa torcida. Dentro do Estado, mais uma vez, ficamos na frente deles (do Grêmio). Por tabela, atingimos um adversário que nos deve uma pedra desde 2005. Ontem a assessoria de imprensa do Inter me procurou para devolver as provocações do Corinthians, mas eu não aceito isso. A maior provocação que podemos dar é dentro de campo. Se olharmos o comportamento do árbitro e do Figueirense, notava-se algo estranho, e nós sabemos por quê. Não importa, somos muito grandes e vencemos tudo isso. Mais do que grandes jogos, fizemos partidas com determinação e vontade. Terminamos o ano muito bem e com uma perspectiva excelente.
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O senhor não acha que os garotos da base devem ser melhor aproveitados?
Temos uma safra excelente e muitos meninos com qualidade. Cabe, agora, mexer no grupo e dar oportunidades a eles. É um processo o aproveitamento deles. No meu entender, isso podia ter acontecido com mais antecedência em 2014. O melhor momento é no Gauchão. No ano que vem, tendo a Libertadores, podemos fazer isso e a torcida tem de respeitar o processo de amadurecimento. Penso que eles devem jogar direto todo o Campeonato Gaúcho.
O senhor sai frustrado de não vencer o Campeonato Brasileiro?
Eu vou dar poucos resultados: o empate com o Botafogo no primeiro turno, por 2 a 2; as derrotas em casa para o Figueirense (3 a 2) e São Paulo (1 a 0), e a goleada da Chapecoense (5 a 0). São os 8 pontos que nos separaram do Cruzeiro. Faltou termos mais alguns jogadores de qualidade no grupo. Precisávamos de talvez três peças dum nível maior no elenco para brigar.
O que o senhor espera para a eleição presidencial?
O meu candidato é o Marcelo Medeiros. É importante dar oportunidade para uma pessoa que ainda não foi presidente. O avô, pai e tio dele ocuparam este cargo, ele tem uma história. Mas respeito muito a candidatura do Vitório Piffero. O importante mesmo é o associado participar. Votem, este domingo é o último dia para o cadastramento. Participe, colorado, temos um futuro brilhante pela frente.
A possível vinda do Tite, te agrada?
Não gostaria, por uma questão ética, de falar no próximo treinador. Mas eu digo que todos os que trabalham no Inter são apaixonados pelo clube. O que nos orgulha, independentemente de ganhar grandes títulos, é que somos respeitados em todo o Brasil pela estrutura que construímos.
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