Até parece que eu vivo na antiga Galileia e estou rodeado por soldados romanos. Uma cruz me espera logo ali, depois que eu sentenciei que o Inter foi campeão da Libertadores 2015 na Bombonera devido ao escândalo mundial causado pelo Boca Juniors no clássico contra o River Plate.
Inter oferece ao ex-volante Tinga supervisão das categorias de base
Pelas reações, mereço ser severamente punido por meus pares de arquibancada (muitos de sofá). Suspeito que, ao contrário de Jesus Cristo, não terei direito nem a uma coroa de flores. A principal acusação foi salto alto. Um salto alto que afetaria a campanha magnífica do Inter nessa Libertadores, invadiria o vestiário do Santa Fe da Colômbia e seria diretamente proporcional ao fracasso colorado frente aos colombianos.
Inter x Avaí: tudo o que você precisa saber para acompanhar a partida
Também fui acusado de estar do lado de lá, do Humaitá, onde teoricamente não se calçam as sandálias da humildade. E, por fim, o veredito é: expulsão do blog por arrogância. Como vou me defender de tudo isso? Com um pouco de lógica e nada de inocência. Primeiro, vamos à lógica. O Inter tem a terceira melhor campanha do campeonato, e o primeiro colocado geral, o temível Boca Juniors, está fora.
Wianey Carlet: quem jogará ao lado de Nilmar contra o Santa Fe?
O segundo, um mexicano, disputaria a finalíssima no Beira-Rio, pois o regulamento da Conmebol estipula que a decisão é em solo sul-americano. Até agora, foi somente uma derrota - na altitude -, campanha quase igual à de 2006. Apesar de ter boas equipes nessa Copa, nenhuma delas é lá essas coisas. Sejamos honestos.
Com um time veloz, cheio de jovens, de energia, de #pokopica e sem Fabrícios, o Colorado vem passando por cima de rivais complicados - o Atlético-MG o brasileiro mais osso duro de roer.
Luiz Zini Pires: Inter dá vida nova ao Beira-Rio
No banco, um técnico raçudo e cheio de vontade de crescer faz o time andar, cala os críticos e vence. O Beira-Rio, remodelado e pulsante, torna-se, a cada jogo, um alçapão. Mas, com tudo isso, NÃO DEVO ME EMPOLGAR, segundo meus pares.
Se não fui convincente o bastante, vamos à inocência. As pessoas que dizem que tenho salto alto estão com o salto mais alto do que o meu. Afirmar que o Inter pode perder por causa do salto alto é menosprezar os adversários. Então, quer dizer que somos superiores e só perderemos numa eventual arrogância? É contradição pura. Mas, sinceramente, eu não acredito em salto alto.
Guerrinha: Diego Aguirre acertadamente coloca reservas contra o Avaí
O que existe no futebol é competência, organização, espírito coletivo, vontade de ganhar, velocidade, marcação, juventude em campo, eficiência, brio, fator local, talento e estrela. A motivação deriva de tudo isso aí e talvez de um bicho extra. O que estamos vendo no elenco de 2015?
Fabrício Carpinejar: Valdívia, o centauro do jardim
Pôster colado no vestiário funciona quando um DIRIGENTE ou JOGADOR fala bobagem e, mesmo assim, nunca foi decisivo para ganhar nada. O jogador sabe muito bem o que deve fazer e vai fazer se estiver afim e se olhar para o lado e ver um parceiro de qualidade. O que motiva ele vai bem além do que a gente imagina, ainda mais em tempos de futebol globalizado e quase nenhum amor à camiseta.
Nós, torcedores, temos o direito, sim, de confiar e até dizer que já ganhou. Por que falamos isso antes de vários Gre-Nais e mudamos o discurso na Libertadores? Chega da síndrome de coitadismo e derrotismo que quase nos acabou na década de 1990. O momento é de ir com tudo para cima, haja o que houver.
Acompanhe as informações do Inter no Colorado ZH. Baixe o aplicativo: