Renan, Bolívar, Fabiano Eller, Rafael Sobis, Tinga, Alex, Nilmar e Rodrigo Moledo. Agora, Leandro Damião. O Inter dos últimos anos é aquele ex inconformado, que vasculha as fotos da amada no Facebook, suspira de saudade e sonha com o reencontro.
A lista acima é de contratações com os resultados mais diversos. Bolívar, Tinga e Sobis foram importantes na conquista do bi da América, em 2010, mas Nilmar, em sua última passagem, e Alex, desde que voltou, passaram longe dos jogadores decisivos de seus melhores tempos. A questão não é avaliar, caso a caso, os eternos retornos ao Beira-Rio. O que incomoda é o cheiro de falta de observação de mercado que essa estratégia sugere.
Sejamos justos: há alguns fatores que contribuem para uma política de repatriações. Além do conhecimento do ambiente do clube e de alguns profissionais que permanecem ao longo dos anos, há o desejo de retomar um passado recente vencedor. Em um clube que conquistou títulos importantes nas últimas temporadas, é natural que se busquem heróis que se foram. Mas é preciso cuidado.
Há um risco grande de trazer um jogador em má fase e que, diante da expectativa que gera por conta de seu passado, converte-se em decepção. Damião, por exemplo, já saiu do Inter desgastado. Nas últimas temporadas, não deu qualquer sinal de que poderia recuperar o futebol de seus melhores momentos, entre 2011 e 2012. O interesse é natural diante da escassez de jogadores de sua posição, mas ele desembarcaria já com o peso de uma relação passada - com suas vantagens e desvantagens.
O próprio Inter tem exemplos de reforços importantes, vindos de uma observação criteriosa do mercado em vez do simples saudosismo. Quando virou os olhos para o futebol sul-americano, trouxe Aránguiz. Entre os jogadores acertados para 2016 está Fernando Bob, uma aposta interessante pelo bom Brasileirão que fez.
São jogadores que chegam motivadíssimos, em um momento da carreira em que jogar por um clube grande é um prêmio. Chegam, portanto, com a mesma mentalidade vencedora da primeira passagem de quem foi ídolo, saiu, e daqui a pouco se transformará na nova/velha solução colorada.