
Argel tem material humano nas mãos para montar uma das equipes mais velozes do futebol brasileiro. Sobram jogadores rápidos e de drible insinuante. De Valdívia a Sasha, de Marquinhos ao promissor Alisson Farias, há peças para transformar o contra-ataque do Inter em uma arma poderosa. Falta, agora, organizá-lo.
Ano passado, nos jogos fora de casa com Argel, o Inter quis contra-atacar. Fechava-se como pediu seu treinador, mas não saía em bloco de trás. A muralha posicionada para "fechar a casinha" não se projetava à frente quando o time tinha a bola. O resultado: um festival de chutões na direção dos sacrificados Valdívia e Vitinho.
Quando a dupla mais criativa do time conseguia a proeza de dominar os balões, escancarava-se o problema. Após o esforço hercúleo para ganhar a disputa com a defesa, Valdívia e Vitinho viam-se isolados. Não havia opção de passe, apenas a possibilidade única da jogada individual. As boas atuações dos dois por vezes salvavam o time. Na base do drible, conseguiam, eventualmente, criar chances de gol. Mas não havia solução coletiva.
A missão de dar lucidez e dinâmica ao contra-ataque tem de estar entre as prioridades do início de ano. A forma como o time inteiro se movimenta deve possibilitar uma saída com bola no chão e deslocamentos dos jogadores para que cheguem à frente e deem apoio aos atacantes. Só assim o potencial dos rápidos homens de frente do elenco será totalmente aproveitado.
* ZH Esportes