Marcelo Carôllo
Chora, Edinho. Vou festejar o teu sofrer e o teu penar. É o teu castigo, depois que tu brigaste comigo sem ter o menor porquê.
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Nunca gostei de ti em campo. Nunquinha. Sempre achei tosco em demasiado para vestir a camisa que eu tanto amo (e olha que eu tenho um histórico de admirar pernas-de-pau brucutus, tipo tu). Teve um dia, um único dia, em que eu cogitei te admirar. O juiz tinha apitado o final daquela interminável batalha diante do Estudiantes, na Sulamericana de 2008. Nos tornávamos, naquele momento, campeões de tudo e tu eras o capitão. Levantarias a taça. Erguerias a América (mesmo que fosse uma versão B da América).
Mas aí tu erraste de novo. No momento mais nobre da comemoração, na hora de jogar a taça para o alto e gritar "É CAMPEÃO!", tu apareceste sem o manto. Sem sequer uma camisa vermelha. Apareceste com uma infame de uma regata tosca, que deixou mais tosco ainda o fato de tu seguires com a braçadeira de capitão do meu time no braço. Lembrei, ali, que eu não gostava de ti.
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Mas nada que tu tenhas feito enquanto usava a mesma camisa que eu me incomoda tanto quanto o teu comportamento depois que foi para o outro lado. Só o fato de tu vestires aquela camisa já seria o suficiente para teres o meu desprezo, mas tu conseguiste te superar. Primeiro, declaraste que o teu maior título na vida era ter vencido um Gre-Nal. Incrédulo, coloquei esta fala lamentável na conta do "jogar para a torcida".
Uma torcida que não ganha nada há tanto tempo precisa, obviamente, de pequenos carinhos como o que tu deste nesta entrevista. No Inter, ganhaste oito títulos. Oito taças, incluindo a do Mundial. No Grêmio, não ganhaste nada. Apesar de ingrata, tua entrevista foi honesta: não há outra coisa a se destacar nesta tua passagem pelo Humaitá.
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O que aconteceu ontem, entretanto, não tem defesa. É gratuito demais. É burro demais. É tosco demais. Agora com as palavras, fazes a mesma coisa que fizeste enquanto jogava pelo Inter: tosquices. Se, para valorizar a camisa que tu vestes agora, precisas diminuir o clube o elenco que te deram o que de melhor tu jamais terás na tua carreira futebolística, só me resta celebrar quando o teu irremediável e retumbante fracasso vier. Tu pagaste com traição uma instituição que é muito, muito maior do que tu. Agora, chora.
Edinho, vou festejar o teu sofrer e o teu penar.
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