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O losango de meio-campo escalado por Argel diante do Fluminense repetiu o problema que o time apresentava quando esse desenho do setor era o preferencial do técnico, no início do ano. O posicionamento das peças deixou o meio-campo espalhado demais, o que tornou a equipe vulnerável. Mesmo com a troca de esquema ainda no primeiro tempo, o distanciamento entre os jogadores colorados persistiu, e foi decisivo para mais uma atuação pouco inspirada na eliminação na Primeira Liga.
Argel escalou Silva como primeiro homem, Fabinho pela direita, Anderson na esquerda e Alex como jogador mais adiantado de seu meio-campo. Não se acovardou, chegou a adiantar a marcação em alguns momentos do início da partida, mas encontrou dificuldades para frear a movimentação intensa dos homens de frente do Fluminense.
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Com Fabinho e Anderson bem abertos, Silva via-se muitas vezes abandonado à frente da área. Ali, Gérson ganhava companhia dos jogadores de flanco, Osvaldo e Scarpa, que se juntavam para tabelar. Da região da intermediária, acionavam a bola em profundidade às costas da linha defensiva.
O Inter não sofria pressão, até porque não tinha postura recuada, mas o Flu era mais incisivo. Ao menos a passagem de Artur pela esquerda funcionava, e foi ela que garantiu o primeiro gol, em jogada iniciada por Alex e finalizada por Vitinho.
Não demorou muito para o Flu empatar, justamente em lance iniciado na despovoada região central do campo e finalizado às costas da zaga por Osvaldo. Argel mudou o Inter logo depois, colocando Marquinhos no lugar de Silva e passando o time ao 4-2-3-1: Fabinho e Anderson de volantes, Marquinhos na direita, Alex por dentro e Sasha na esquerda como meias, e Vitinho na frente.
A mudança não corrigiu o problema do distanciamento entre os setores, o que, aparentemente, não passou despercebido por Argel no intervalo. Ao retornar dos vestiários, Alex afirmou que o técnico havia pedido que sua equipe ficasse mais agrupada.
Não adiantou. Um Inter que buscava ser mais agressivo voltou a adiantar a marcação no segundo tempo, mas as saídas rápidas de contra-ataque do Fluminense eram bem mais perigosas do que a troca de passe estéril dos colorados. Os cariocas aproveitavam o buraco entre defesa e meio-campo para dar velocidade às jogadas. O gol, porém, sairia em um lance diferente, de falha de posicionamento em que William e Marquinhos titubearam e deixaram Wellington Silva sozinho para receber a bola longa. Na sobra, Osvaldo finalizou.
Dali em diante, o que se viu foi a já costumeira luta irresignada do Inter em busca do resultado. Faltavam, como tem sido regra, jogadas mais trabalhadas que envolvessem a marcação, especialmente no momento de definir, em que o cruzamento parecia ser a única alternativa possível. Só em um lance de briga de Sasha contra a marcação, simbólico da cara desse Inter, o camisa 9 conseguiu acionar Andrigo, que finalizou, Cavalieri espalmou e Vitinho completou para levar a decisão aos pênaltis, não sem apagar a atuação ruim na eliminação.
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