
Aproxima-se de Argel um problema que todo o técnico gosta de ter. Rodrigo Dourado voltará aos campos em breve, e, diante da afirmação de Fabinho nos últimos jogos, fica a dúvida de como o treinador organizará o meio-campo para o restante da temporada.
Dourado e Fernando Bob são superiores a Fabinho. Lúcidos, têm passe qualificado e capacidade de organização. A questão é que o ex-jogador do Figueirense tem a característica de se projetar de trás, algo que seus concorrentes fazem de forma esporádica. Com preparo físico avantajado, Fabinho não guarda posição e vai à frente sem amarras.
Leia mais
Inter terá direito a 7 mil ingressos para a semifinal no Passo D'Areia
Luiz Zini Pires: Inter precisa superar o gramado alienígena do São José
São José faz melhorias no gramado sintético do Passo D'Areia
A ousadia dá maior dinâmica ao meio-campo e ajuda no terço final, fornecendo mais alternativas de passe a quem define as jogadas. Dourado até se aventura um pouco mais do que Bob, especialmente desde que Argel o escalou pelo lado direito do losango. Ainda assim, rende mais quando fixo à frente da área, de onde distribui o jogo com passes precisos.
O problema frequente da dupla Bob-Dourado é a tendência de o time ficar sem profundidade, trocando passes sem infiltrar na área. Os dois, que costumam não se projetar, combinam entre eles para iniciar as jogadas e as opções para que a trama vá adiante rareiam. O time se compartimenta entre os que destróem – geralmente a linha defensiva –, os que dão início às jogadas – Bob e Dourado –, e os que finalizam. Em alguns momentos, não há quem participe de mais de uma dessas fases. Dependendo da intensidade da marcação adversária, é algo que torna a equipe previsível.
Tudo isso não significa que seja impossível devolver Fabinho ao banco e apostar na dupla Bob e Dourado. A questão é que há de se ter certo cuidado para que o Inter não fique engessado pela semelhança de características de seus dois volantes. Como juntar os três no mesmo time parece um exagero defensivo sem propósito, a missão está nas mãos de Argel para que o time ganhe mais do que perca com o retorno do camisa 13.