
São dois os adversários que o Inter terá de superar para chegar ao hexacampeonato, uma marca capaz de dar a este Gauchão um sabor especial para os colorados. Se conseguir enfileirar seis títulos seguidos pela terceira vez na sua história, no ano que vem trabalhará a ideia de hepta.
É algo até excêntrico numa rivalidade tão equilibrada como a Gre-Nal. Parece uma volta ao Rolo Compressor dos anos 1940 e ao lendário esquadrão de Falcão e Figueroa, na década de 1970. Com uma diferença: nestes dois hexas, os times eram máquinas de jogar futebol, enquanto o de agora não entusiasma.
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Bem, voltemos aos adversários dominicais. São dois. Oprimeiro, claro, é o Juventude. É preciso respeitar o Juventude. O técnico Antônio Carlos Zago é muito bom. Aos 46 anos, está pronto.
Arrisco-me a dizer que logo ali terá chance em um grande clube. Montou um time para jogar sem covardia, não abdicando do ataque. Garimpou jogadores e os incorporou a um elenco 50% feito em casa. No Alfredo Jaconi, o jogo foi igual. O Inter venceu com méritos, mas em momento algum se ouviu samba de uma nota só, aquela história do grande contra o pequeno.
O outro adversário reside no próprio Beira-Rio e, talvez, seja até mais perigoso. Não, não é o salto alto. Duvido que a soberba impere com o time de Argel Fucks.
Ele moldou um time que tem consciência de suas limitações, superadas com um voluntarismo operário. Não é feio ser solidário. Ao contrário: é virtude. E virtude nem tão fácil assim de se disseminar em um esporte coletivo como futebol. O problema a administrar é a pressão do favoritismo, oriunda da vantagem obtida fora de casa por 1 a 0.
A média de idade de todo o elenco do Inter é baixa. Só 24 anos. Andrigo, melhor em campo no Alfredo Jaconi, tem 22. E se o Juventude fizer gol? Lidar com a pressão nem sempre é fácil para os mais jovens. São, também, lados de uma mesma moeda os cenários possíveis para o Inter.
O mais provável é o do hexa e da festança decorrente disso, que cresce na medida do triplo desterro do Grêmio, com eliminações da Primeira Liga, Gauchão e Libertadores. O outro cenário é o da crise.
Perder o hexa, depois de sair na frente em Caxias do Sul, é fiasco em qualquer contexto, tempo normal ou pênaltis. Não há meio termo. O Inter está entre o céu das seis estrelas e o inferno de não alcançá-las diante de 40 mil pessoas no Beira-Rio.
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