
D'Alessandro está voltando ao Inter. E esse será um retorno lucrativo para todos. Para o clube porque precisa de uma referência no vestiário, uma voz que conduza um grupo jovem e com o orgulho esfacelado depois do rebaixamento. Para os colorados, porque verão de novo com a camisa do seu time um dos grandes ídolos da história mais recente do Beira-Rio, alguém que joga com alma de torcedor, como se fosse um infiltrado da arquibancada no time. E para D'Alessandro, porque não existia momento nem cenário melhor para um retorno ao Inter.
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D'Alessandro está com o caminho aberto para mostrar a todos o tamanho do equívoco que foi liberá-lo sem ter um substituto ou, pelo menos, um projeto de sucessão elaborado e guardado numa gaveta. O rebaixamento mostrou quanta falta fez um líder no vestiário, alguém que conversasse com a direção no mesmo tom e com o olhar na mesma altura.
O D'Alessandro que o Inter quer de volta vale muito mais pelo que faz fora de campo do que dentro. Não podemos nos esquecer que o argentino, na última temporada no Beira-Rio, atuou em 36 partidas apenas e ficou de fora de boa parte das longas viagens. Quando jogou, foi importante e, por vezes, decisivo. No River, ele também jogou pouco. Foram 28 jogos, 23 como titular, e cinco gols – três deles na Libertadores. A passagem foi marcante, com o título da Copa Argentina, mas também pontuada por lesões.
Todos sabem que não foi pelo número de jogos que a gestão Piffero o mandou embora. A razão estava em sua liderança, vista como ameaça à vaidade dos dirigentes do futebol, àvidos pelo controle total do vestiário. É essa liderança que o novo comando do clube, mais arejado e menos vaidoso, deseja ter de volta. D'Alessandro será fundamental na retomada do Inter. E não haveria melhor cenário para ele deflagrar seu retorno. Chegará ao Beira-Rio por cima, incensado. E com uma Série B, de nível técnico mais baixo, pela frente. Encerrará seu ciclo no Inter, em dezembro, recolocando-o no lugar de onde nunca deveria ter saído. E isso o tornará ainda mais ídolo.