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O Inter mudou de turma. No ano que vem, em vez de enfrentar, Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Santos, Grêmio, Flamengo, Cruzeiro, Atlético-MG, Atlético-PR e companhia, terá pela frente um campeonato nacional com nomes como Londrina, Juventude, Brasil-Pel, Oeste, Paysandu, Boa, CRB, Náutico, Paysandu e a Luverdense. Zero Hora apresenta 4 passos do Inter em 2017.
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1) A verba da TV segue igual
Apesar da queda para a Série B, o Inter poderá investir em 2017 tanto quanto colocou no time de 2016, se o novo presidente, Marcelo Medeiros, desejar. As receitas não deverão cair. Dos atuais patrocínios do clube, apenas a Nike pagará cerca de 20% menos pela temporada, porque o clube não terá os bônus pelo Brasileirão nem pela participação na Libertadores – menos visibilidade, menos receita. Somente os novos contratos de TV renderão ao Inter pelo menos R$ 110 milhões na próxima temporada.
– Temos estabilidade de contrato com a TV e a Primeira Liga pode melhorar um pouco os seus valores. O contrato com a Nike é que tem uma diferença entre estar na Série A e cair, mas não chega a ser um valor relevante – disse Sandro Farias, diretor da Controladoria e Transparência do Inter na gestão Vitorio Piffero.
2) A folha salarial deve cair
A previsão orçamentária do Inter para 2016 foi de R$ 311,9 milhões. Atualmente, o faturamento bruto do clube na temporada está na casa dos R$ 250 milhões. Esse número poderá se aproximar da previsão inicial, caso o Inter faça alguma venda relevante após o Brasileirão. A folha do futebol profissional ficou na casa dos R$ 6 milhões e é praticamente mantida com o faturamento mensal do quadro social. Teoricamente, pode ser mantida na Série B. Mas seria um luxo se ocorresse, já que os principais clubes que jogaram a Série B em 2016 gastaram R$ 3 milhões. Do elenco atual, rebaixado à Série B, o Inter deverá ter apenas uma baixa: Vitinho. O atacante, cujo empréstimo ao CSKA chegou ao fim com o encerramento do Brasileirão, deverá se transferir para o Flamengo.
– Jogadores que voltam de empréstimo: D'Alessandro (volta do River Plate e tem contrato com o Inter até dezembro de 2017), Claudio Winck (estava na Chapecoense e tem contrato com o Inter até março de 2018), Maurides (estava no Figueirense e tem contrato com o Inter até julho de 2018), Muriel (estava no Bahia e tem contrato com o Inter até maio de 2017)
– Jogadores que estão de saída: Vitinho (atacante), Rak (zagueiro), Daniel (goleiro), Leandro Almeida (zagueiro), Paulo Cezar Magalhaes (lateral-direito) e Zé Mário (lateral-esquerdo)
– Contratos curtos: Ariel Nahulepán (até junho de 2017) e Alex (até julho de 2017)
3) A marca vai sofrer
Se o caixa não será afetado imediatamente, a imagem do clube sofrerá efeitos que ainda não poderão ser mensurados.
– A marca Inter será afetada negativamente. A imagem é construída pela história. Se cair, o Inter perderá um de seus grandes orgulhos e ainda verá o torcedor adversário tirando proveito disso. Ainda mais com o título conquistado pelo Grêmio. Como imagem, a perda colorada é muito grande – afirmou Fernando Fleury, professor de Gestão do Esporte, na Uninove, de São Paulo.
A marca do clube vale hoje R$ 609,2 milhões. É a sexta mais valiosa do futebol brasileiro. Mas perderá postos importantes com o rebaixamento.
– Na Série B, a marca Inter sofrerá um impacto imediato. Perderá espaço, pois terá o seu potencial comercial reduzido – analisou Pedro Daniel, consultor esportivo da BDO Brazil, auditoria que inglesa que estuda mercados de futebol. – Também será mais difícil para o Inter atrair atletas de ponta. Quem vai querer jogar a Série B? O atleta não quer se expor, o patrocinador também não – emendou Daniel.
4) Visibilidade menor, mas apoio do sócio
O Inter será pouco visto pelo mercado. Quem lembra do Vasco em 2016? Poucos. É o preço de sair do foco do mercado e ingressar na Segundona. Apesar de se tornar um tanto invisível aos olhos dos patrocinadores, será a chance de fazer o quadro social voltar a crescer – hoje, o clube tem um total de 108.024 torcedores, com 19.388 inadimplentes.
– Jogar a Série B, em vez de Libertadores, da Copa Sul-Americana e da Série A, resultará em menor visibilidade para o mercado, afetando diretamente o interesse de novos patrocinadores no clube. A Segunda Divisão é ruim, mas recuperável. Pode fazer com que até o quadro social cresça, pois, no primeiro ano da queda, a torcida tem um sentimento de família, de resgate. Mas se não subir logo no primeiro ano, o clube grande entra em colapso e a torcida passa a mão acreditar mais – comentou Fernando Fleury.
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