
Não era necessário ser especialista em futebol para saber que a Ponte Preta viria para o Allianz Parque para se defender e, quem sabe, partir para o contra-ataque. A vantagem de 3 a 0 construída em Campinas praticamente selou a classificação contra o Palmeiras, que por sua vez não encontrou alternativas para superar o bloqueio adversário. A solução foi apelar para o chuveirinho, mas a dose foi exagerada.
O Verdão cruzou 60 bolas para a área da Macaca, em nenhum outro jogo desta temporada o time de Eduardo Baptista havia atingido essa marca. O máximo (32), até então, era na partida contra o Jorge Wilstermann, quando também encontrou problemas para superar a retranca boliviana. Naquela ocasião o gol da vitória saiu depois dos 50 minutos do segundo tempo.
Leia mais
Novelletto descarta possibilidade de Inter inscrever outro goleiro no Gauchão: "Nenhuma chance"
Zago elogia Keiller após classificação nos pênaltis: "Futuro impressionante"
Jogadores do Inter comemoram mais uma classificação nos pênaltis: "O grupo merece essa decisão"
Contra a Ponte, no Allianz, o Palmeiras também conseguiu um gol, saiu de campo com a vitória, mas não com a classificação. Para comemorar a vaga para a final do Paulistão, era preciso mostrar repertório maior do que apenas jogar a bola para a área. Pelo elenco que tem e pela qualidade individual dos jogadores, é muito pouco.
O jogador que mais ficou com a bola (2 minutos e 40 segundos) e mais trocou passes (65) foi o zagueiro Mina. Foi ele o armador do time em vários momentos da partida, inclusive sendo o homem em campo que mais arriscou viradas de jogo e o segundo com mais passes para finalização (2).
A desvantagem no placar e o cronômetro jogando contra causaram desespero nos palmeirenses, algo que pode ser visto pelos altos índices de lançamentos e, principalmente, pelo número de passes errados, também recorde na temporada. Foram 59 equívocos e 353 passes certos.
Esse nervosismo e a pobreza de repertório se aliaram à demora de Eduardo Baptista para mudar o time. O treinador levou por volta de 15 minutos no segundo tempo para colocar Michel Bastos em campo. O ex-Seleção Brasileira foi quem mais acertou cruzamentos (4) e quem mais deu passes para finalização (3), sem contar a assistência no gol de Felipe Melo.
A impressão que se tem é a de que o elenco palmeirense é um brinquedo importado, bastante complexo, nas mãos de uma criança que ainda não tem idade para brincar com o seu presente. Para que ele funcione, talvez seja necessário que um adulto o manuseie, ou haverá o risco de o objeto não ser utilizado com todo o seu potencial de entretenimento.