
Ao longo da história, grandes impérios desmoronaram de forma impiedosa: Macedônia, Roma, Pérsia... Com o Inter não foi diferente. Os anos de ouro do clube, entre 2006 e 2011, da primeira Libertadores ao último títlo internacional, o bicampeonato da Recopa Sul-Americana, começaram a ter fim com o fim da Era do antigo Beira-Rio. Ao final de 2012, com o fechamento definitivo do estádio para a reforma, o espírito do clube parece ter sido enterrado em algum escombro das obras.
De lá para cá, as conquistas se tornaram regionais e o pior momento da história do clube ocorreu no decadente estádio do America, na Baixada Fluminense. E 2017 está se mostrando o pior ano da história do Inter. Já se vão sete meses do ano e o Inter ainda parece longe de encontrar a paz. A cada mês, uma crise diferente.
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Em janeiro, o lateral William anunciou que não queria mais jogar pelo Inter e sonhava ir para o Wolfsburg. Emparedou a direção e foi blindado pelo clube até ir embora.
Em fevereiro, o Inter começaria a descobrir que há kryptonita enterrada no Beira-Rio. E que o time já não é forte em casa como antes. Na primeira partida de D'Alessandro no Beira-Rio em um ano, derrota por 2 a 1 para o Novo Hamburgo. Ninguém sabia, mas era um vislumbre do futuro.
Em março, um tímido refresco na crise. O Inter venceu o Ypiranga nos pênaltis e conquistou a Recopa Gaúcha.
Em abril, coisas que talvez o além possa explicar: o Inter perdeu todos os seus goleiros que estavam inscritos no Gauchão. Danilo Fernandes fraturou o dedo do pé, Marcelo Lomba sofreu uma séria lesão muscular e, no último dia do mês de aniversário do clube, Keiller sofreu luxação no cotovelo. Um assombro. Para completar o mês do inferno astral, o Inter sofreria na Suíça a primeira derrota no Caso Victor Ramos: o CAS se disse incompetente para julgar a ação e a devolveu para o STJD.
Em maio, o Inter perdeu o Gauchão. Para um time do Interior, algo que ocorre a cada 17 anos ou mais no futebol do Rio Grande do Sul. O mês avançou e, com a Série B já em andamento, a Procuradoria do STJD concluiu o inquérito sobre a utilização de documentos falsificados pelo Inter no Caso Victor Ramos e sugeriu até mesmo a exclusão do clube da Segunda Divisão como pena. Maio ainda não havia findado quando o Inter foi a Belém perder para o Paysandu. Perdeu também o técnico. Antônio Carlos Zago, contratado com o projeto de devolver o clube à Série A, foi demitido na terceira rodada. Em 30 de maio, o Inter contratava o seu segundo técnico no ano: Guto Ferreira.
Em junho, dia 13, mais Tribunal. O Inter foi condenado pelo STJD no caso Victor Ramos. A pena: multa de R$ 720 mil pela acusação de utilizar e-mails falsos no caso do zagueiro do Vitória, além de R$ 90 mil de sanção ao ex-presidente Vitorio Piffero – mais a sua suspensão por 555 dias –, que foram pagos também pelo clube. Nesse mês também os protestos a bombas e pedradas no Beira-Rio após frequentes tropeços em casa na Série B tiveram início.
Em julho, além da sequência dos protestos, da dificuldade em ingressar no G-4 da Segunda Divisão, e dos quebra-quebras da torcida no Beira-Rio, a denúncia por injúria racial contra o zagueiro argentino Victor Cuesta.
O presidente Marcelo Medeiros precisa ser um forte para seguir comandando a barca colorada, após a herança que recebeu, no mais duro ano de sua história.
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