
O gol foi correto. O erro foi do auxiliar Márcio Eustáquio, autor de uma lambança que é forte candidata a ser a maior do ano no futebol brasileiro. Mas a vitória, embora justa, não pode esconder as graves dificuldades do Inter. O que se viu contra o Luverdense foi um roteiro que se repete em 2017. Qualquer adversário, seja do interior gaúcho, mineiro, mato-grossense ou da segunda linha do Nordeste, consegue parar o Inter.
Leia mais:
Argel é contratado como novo técnico do Goiás
Após vitória, jogadores do Inter reconhecem erro de assistente contra o Luverdense
Após polêmica no Beira-Rio, presidente do Luverdense impede delegação de se pronunciar
O simples congestionamento diante da área basta para fazer do Inter um time de padrão menor do que realmente é. Falta à equipe ser inventivo, ter virtudes para desmanchar a marcação e abrir espaço em defesas fechadas. Como esbarra em suas limitações criativas e na parede armada pelo adversário, o Inter agrega às suas dificuldades o seu nervosismo e uma angústia que, se não for tratada com urgência, pode direcionar o time a um caminho perigoso.
A contratação de Camilo é sinal de que a direção percebeu tudo isso. D'Alessandro, aos 36 anos, já não consegue escapar do vigor das marcações da Série B. Sente o ritmo dos jogos e dá sinais de dificuldades para tirar da manga uma carta que decida o jogo como fazia com alguma frequência até 2015. Com Camilo, há a esperança de que o Inter diminua suas angústias e passe a mostrar em campo, enfim, a diferença de tamanho, estrutura e qualidade que tem em relação aos rivais.