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Gilmar Dal Pozzo: "Inter comprou a ideia da Série B: agora, marca e joga"

Técnico do Juventude, adversário do Inter neste sábado no Alfredo Jaconi, elogia o adversário e fala sobre o clássico pela Série B

Leandro Behs

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Se o Juventude já não é aquela antiga touca para o Inter, como foi nos anos 90, que até título conquistou dentro do Beira-Rio, é uma equipe que ainda perturba os colorados. Nessa temporada, dois encontros: uma vitória do Ju no Alfredo Jaconi, um empate no Beira-Rio (na estreia de Guto Ferreira). Curiosamente, a retomada do Juventude em 2017 aconteceu justamente na estreia do técnico Gilmar Dal Pozzo, com a vitória sobre o Inter no Gauchão – com o gol através de um pênalti mal marcado pelo árbitro Diego Real, mas que fez justiça à superioridade dos donos da casa.

Nesta entrevista a ZH, Dal Pozzo fala sobre o novo momento do Inter de Guto Ferreira, que compreendeu a Série B, por isso lidera, além da necessidade de remontagem de seu time, e avisa:

– Estamos treinando há duas semanas para enfrentar o Inter. Uma vitória pode dar moral para que o Juventude retome uma campanha forte na Série B.

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Confira os principais trecos da entrevista:

Depois de um grande arrancada na Série B, o Juventude passou a oscilar no torneio e, agora, ocupa a sexta colocação (três pontos atrás do Ceará, o quarto colocado). O que significa enfrentar o Inter nesse momento?

É um clássico e sempre há um ingrediente a mais. Estamos nos preparando assim. O nosso melhor jogo do ano foi contra o Inter. Foi a minha estreia no Juventude. E jogamos muito bem também contra o Inter no Beira-Rio, pela Série B. Naquele jogo, ainda perdemos duas chances de gol no fim da partida. Estamos com um grande nível de concentração. Vamos encontrar um Inter diferente agora. E será um jogo muito equilibrado, com grande rivalidade e com um fator local que pesa bastante.

O que mudou no Inter?

A confiança do Inter aumentou muito. Naquele 1 a 1, o Inter vivia um momento ainda conturbado, de pressão. Agora aumentou a confiança, com o Guto repetindo escalações e bem treinado, com conceitos diferentes do antigo técnico. A outra equipe, a do Gauchão, tocava mais a bola e não era agressiva na marcação. Marcava por setor, agora é um time agressivo, que incorporou o espírito da Série B. E tem um time rápido na transição.

Camilo está fora do jogo e D'Alessandro dificilmente terá condições de ir a campo. Isso ajuda?

Mesmo assim, é um Inter forte. O Inter do Guto, do Danilo Fernandes, do Klaus... Camilo e D'Alessandro são jogadores diferenciados para a Série B, mas a estrela desse Inter é o conjunto. O clube comprou a ideia da Série B. Se não tivesse feito isso, ainda estaria com problemas. A Série B é mais competitiva do que a Séria A e, antes, o Inter só queria jogar. Agora, joga e marca.

Você perdeu nomes importantes, como o zagueiro Ruan Renato (vendido ao Austria Viena) e o centroavante Tiago Marques (que está fora por um mês, devido a um afundamento na face). Por isso o Juventude vem oscilando?

Com certeza. Oscilamos muito por isso. Todos os times da Série B foram ao mercado. Até o ABC, os times que estão embaixo da tabela foram. Menos nós. Estamos respeitando o orçamento do clube e não estamos contratando. Estamos perdendo jogadores e não podemos contratar. Mas já conhecíamos essa realidade. Enquanto o Inter contrata Damião e Camilo, temos de trabalhar com o que temos no elenco. Agora, jogadores que estavam esperando chance no time vão pode atuar. Além do Ruan e do Tiago, houve um momento em que perdemos cinco atletas por caxumba.

Apesar desse momento de instabilidade, o Juventude segue nas cercanias do G-4 da Série B.

Porque tínhamos gordura. O nosso aproveitamento foi de 70% no início. Agora, estamos retomando desempenho e resultado. Em casa, somos muito fortes. Falta ainda melhorar fora. Mas a nossa realidade sempre foi a de manutenção do clube na Série B. Por isso, precisamos chegar o mais rápido possível aos 45 pontos (está com 34). Depois disso, vamos atrás do sonho da Série A. Fui contratado para estruturar o time para 2018. Assumi o time com chances de rebaixamento no Gauchão. Contratamos 12 jogadores no início da Série B e fizemos uma campanha boa, mas começamos oscilar a partir do surto de caxumba. Mas é a realidade do clube. É algo gradativo, não há fórmula mágica.

No Gauchão, a vitória sobre o Inter deu novo gás ao Juventude. A situação para sábado é a mesma?

É muito parecida. Será um jogo muito equilibrado. O Inter vive um grande momento e o Juventude busca a retomada no campeonato. Temos um aproveitamento muito bom em casa. Vamos muito fortes para esse jogo. Aquela vitória sobre o Inter nos devolveu a confiança. Vamos jogar no nosso limite.

O que você pode dizer a respeito do seu ex-treinador do Veranópolis e do Caxias (com quem foi campeão gaúcho em 2000), que vive um grande momento com a Seleção Brasileira?

Tite está confirmando o que eu já sabia desde a época do Veranópolis. Com o Caxias, ele passou a um patamar nacional. O diferencial do Tite é a relação humana, o tratamento que dá a cada um. É um bom gestor, um cara educado, esse é o legado que ele me passou. Até para que eu pudesse educar as minhas filhas. Tite é o melhor técnico do mundo. O Hexa é uma realidade pelo que a Seleção está jogando com o Tite.

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