
O Conselho Deliberativo do Inter decidiu criar uma comissão para averiguar o relatório de gastos de R$ 9 milhões em obras no complexo do Beira-Rio. Faz certo. Para que se evite interpretações equivocadas e se coloque clareza no destino desse dinheiro. Até porque, para o bem do próprio Inter, é fundamental tirar as sombras das desconfianças, apontar os responsáveis, em caso de mau uso do dinheiro, e amornar seus bastidores políticos, cuja temperatura começa a subir de forma acentuada e já faz fervilhar os movimentos políticos do clube.
O Inter convive hoje com uma guerra silenciosa entre seus movimentos. Ela é alimentada por rancor, como se houvesse vários clubes em um só. E isso é o primeiro passo para o fracasso de um time de futebol. A política do clube é o maior inimigo do campo. Sempre que conquistaram grandes títulos, nossos times estavam pacificados e com todas as suas cabeças pensando em um mesmo objetivo.
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O Conselho tem nas mãos, neste momento, uma decisão que norteará o Inter nas próximas décadas. A retidão na análise do destino dado ao dinheiro do clube precisa ser exemplar. Deve servir de parâmetro para as gestões futuras. A comissão criada pelo Conselho precisa fugir do comportamento padrão visto em em clubes de futebol, em que se cria uma rede de proteção e todos os eventuais problemas são jogados para baixo do tapete. O Inter precisa mudar essa prática. Até porque esse valor tem dono, o associado que deposita religiosamente a sua mensalidade.
* ZH Esportes