
O jogo entre Inter e Ceará, neste sábado (27), marcará o reencontro entre o zagueiro Victor Cuesta e o atacante Élton, após a polêmica que envolveu os dois atletas no jogo do primeiro turno. Na ocasião, o jogador do time cearense alegou ter sido vítima de injúrias raciais por parte do argentino, durante a partida realizada no estádio Castelão, em Fortaleza. Apesar de ter registrado um Boletim Ocorrência na época, o atleta não levou o caso adiante, segundo a Polícia Civil local.
A reportagem de GaúchaZH entrou em contato com a 16ª Delegacia de Polícia de Fortaleza, responsável por apurar a denúncia. Segundo as autoridades locais, Élton, após ter prestado depoimento em outra delegacia, foi chamado para dar sequência ao inquérito policial, mas não compareceu.
— O Elton, que é o autor (da representação), não compareceu aqui. O delegado ligou para o advogado do Ceará pedindo que apresentasse ele aqui para efetuar a assinatura do procedimento, mas também não fizeram. O procedimento está nas minhas mãos, mas não foi para canto nenhum. Morreu no próprio nascedouro — explica o inspetor Marcos Antônio, da 16ª DP de Fortaleza.
Segundo o inspetor, para o assunto ser levado adiante, com produção de provas, intimação de testemunhas e encaminhamento ao Poder Judiciário, Élton teria que comparecer à DP para assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), o que não ocorreu.
Apesar disso, de acordo com Marcos Antônio, o caso só será oficialmente arquivado em janeiro de 2018, quando será expirado o prazo de seis meses do episódio. Isso, claro, se Élton seguir sem comparecer à DP.
— Ele teria que assinar um TCO, mas ele não apareceu. O caso está em aberto, mas acredito que, se não veio até hoje, não virá mais — completou o inspetor.
O departamento jurídico do Ceará, por sua vez, alega que a decisão de comparecer à delegacia cabe ao atleta.
— O Élton tomou a frente da situação, já que (o fato) envolveu a sua pessoa física diretamente. Nós demos mais um apoio inicial naquele momento de primeira dificuldade. Contudo, creio que o inquérito encontre-se parado, já que nenhuma rede de televisão, pelo menos voluntariamente, forneceu a nós ou ao atleta as imagens da discussão ocorrida —declarou à GaúchaZH o gerente jurídico do Ceará, Gabriel Bedê.
A polêmica ocorreu no dia 11 de julho, durante a vitória do Inter por 2 a 0 sobre o Ceará, no Castelão, em Fortaleza. Na ocasião, Élton alegou em entrevista ter sido chamado de “macaco” por Victor Cuesta e prestou queixa no dia seguinte por suposta injúria racial em uma delegacia próxima ao estádio. O zagueiro argentino, por sua vez, em pronunciamento, negou ter proferido qualquer injúria contra o atleta.
— Jamais faria algo assim — disse o defensor, na ocasião.
Neste sábado, tanto Victor Cuesta quanto Élton estão confirmados nas equipes titulares de Inter e Ceará, respectivamente, no jogo entre as duas equipes, válido pelo segundo turno da Série B, marcado para às 17h30min, no Estádio Beira-Rio.