Luiz Zini Pires
A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) proibiu a entrada de crianças ao lado dos jogadores nas partidas da Libertadores. Nesta quarta-feira, contra o Emelec, os atletas aparecerão sozinhos no túnel do Inter no Beira-Rio. O diretor do Projeto Criança Colorada, Otavio Rojas, critica a decisão.
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O que aconteceu?
Não sei, não entendi. Fomos todos surpreendidos. A Conmebol vetou a entrada das crianças nos jogos da Libertadores em todo o Brasil. Já tínhamos selecionado 120, entre cinco e 11 anos, para a partida desta noite. Hoje o time vai entrar sozinho. Imagina a frustração da gurizada. Quase 60 crianças viriam de Novo Hamburgo. Sei que muitos vão chorar.
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E se o Inter desrespeitar a ordem? Pode ser punido?
Será multado, já foi até avisado. Os valores começam com quase R$ 5 mil.
O Inter não contatou a Conmebol?
Sim. O setor jurídico entrou com uma representação na Conmebol contestando a decisão e pedindo a presença de nossas crianças no gramado. Mas não obtivemos resposta. Vejo tudo como um retrocesso, a involução do futebol. Na Liga dos Campeões, na Europa, as crianças têm acesso ao gramado ao lado das estrelas do espetáculo. Na Copa do Mundo do Brasil aconteceu a mesma coisa. A Fifa estimula a presença das crianças. Agora, aqui na América do Sul, surge uma proibição. Não é um retrocesso total?
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Os sócios do clube sabem do veto?
Não, ainda não. Será um choque. O projeto Criança Colorada tem todo o apoio do sócio.
O que é o Projeto Criança Colorada?
O projeto completará 15 anos em abril. Já envolvemos cerca de 60 mil crianças. Elas sempre tiveram um comportamento exemplar no Gauchão, no Brasileirão, na Copa do Brasil, na Copa Sul-Americana e na Libertadores. Não pedem fotos e autógrafos. Não atrasam os jogos. Não perturbam os atletas. A garotada entra em campo e sai em seguida, sem tumulto e sem problemas. A Conmebol está afastando os torcedores do futuro do Beira-Rio. A família, claro, vai embora junto.