Crédito: Arte ZH
Moradores, comerciantes e funcionários de empresas que vivem ou trabalham na área entre o Guaíba, as ruas José de Alencar e Silveiro e o viaduto da Rua Pinheiro Borda serão cadastrados e receberão uma identificação para acessar a pé a área entre seis horas antes do início de cada partida e três horas depois do término. Só eles poderão cruzar os "limites do Mundial".
A circulação de carros na área delimitada será proibida nesse período. As medidas foram definidas pelas autoridades de segurança para facilitar a identificação de envolvidos em eventuais incidentes. A Brigada Militar (BM) também admite receio com protestos nas proximidades do estádio.
- É uma preocupação não só com delegações, mas com o público em geral que estará nos visitando - explica o coronel da BM Erlo Pitrosky, secretário-executivo da missão estadual de segurança pública para a Copa.
O formato do cadastramento será anunciado pela prefeitura até quarta-feira da semana que vem. Serão feitas visitas, enviadas correspondências e um site na internet será lançado.
Apenas pessoas envolvidas com a organização do Mundial, torcedores com ingresso e quem portar o cadastramento poderão adentrar o perímetro - o que inclui os velhinhos do Asilo Padre Cacique.
Em cada ponto de acesso (como o encontro de ruas com os limites) haverá gradis, um policial militar com viatura, um funcionário do Comitê Organizador Local (COL) e um agente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) verificando a identificação. Carros também serão cadastrados: os proprietários receberão um adesivo especial, com uma cor para cada dia de jogo.
Nos dias sem jogos no Beira-Rio, não haverá qualquer restrição à circulação. A prefeitura não estimou quantas pessoas e veículos terão de ser cadastrados. A Defensoria Pública do Estado acompanha de perto o plano para garantir direitos dos moradores.
- Vamos imaginar que alguém receba um familiar doente nesse período. São detalhes que nos preocupam - afirma a defensora Adriana Schefer do Nascimento, coordenadora da Comissão de Monitoramento dos Efeitos da Copa.
Moradores e comerciantes reclamam de desinformação
A desinformação sobre como será a restrição causa apreensão entre moradores e comerciantes locais.
- O direito de ir e vir, como vai ficar? A Copa é no Beira-Rio, mas não temos nada a ver com isso. Será que eu vou ter de correr na Beira-Rio com uma credencial? Meu filho vai ter aula? Se tiver, como a van vai entrar aqui? - questiona Jaqueline Monberger, 39 anos, síndica de um condomínio na Padre Cacique.
O diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, garante:
- Vamos ir porta a porta e ter campanhas publicitárias. Já estive caminhando por ali e também pedi ao meu coordenador de fiscalização da região para visitar, antes, organizações maiores, como empresas.
