Um rapaz de 23 anos, integrante da torcida do Santa Cruz, a Inferno Coral, foi preso nesta segunda-feira pela Polícia Militar como primeiro suspeito do assassinato de Paulo Ricardo Gomes da Silva, de 26 anos. O torcedor do Sport foi morto na última sexta, no estádio do Arruda, no Recife, depois do jogo Santa Cruz x Paraná, pela Série B do Campeonato Brasileiro. Paulo Ricardo foi atingido por um dos dois vasos sanitários que foram arrancados do banheiro e arremessados da arquibancada para o lado de fora do estádio.
Vídeo mostra arremesso de privada que matou torcedor em Recife
O suspeito, conhecido como "Ronaldinho", foi localizado a partir de uma informação dada ao Disque-Denúncia. No momento da prisão ele estava em uma escola privada, no bairro de Ouro Preto, no município metropolitano de Olinda, onde trabalha como servente.
Ele não ofereceu resistência e inicialmente teria negado participação. Depois, teria admitido ter agido junto com mais outras duas pessoas. De acordo com informações extra-oficiais, ele teria comentado sobre o assunto com colegas via internet e em uma delas teria dito que não gostaria de ir "para aquele inferno", referindo-se à prisão.
Em parceria, o Disque-Denúncia e a Federação Pernambucana de Futebol (FPF) anunciaram no último domingo que pagariam até R$ 5 mil por informações que levassem ao assassino (ou assassinos). O inquérito corre sob sigilo. A delegada encarregada da investigação, Gleide ángelo, não se pronunciou.
Clube denunciado
O tumulto que provocou a morte de Paulo Ricardo Gomes da Silva deve render uma punição pesada ao time pernambucano. Nesta segunda, a procuradoria-geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) denunciou o clube do Recife, que pode perder até 10 mandos de campo, além de pagar multa.
O Santa Cruz foi enquadrado nos artigos 191, 213 e 211 do CBJD. Todos eles se referem a medidas de segurança que devem ser oferecidas para a organização de uma partida. Se condenado, o clube pode perder até 10 mandos de campo - podendo ser todos com portões fechados - e ser multado em até R$ 100 mil.
A denúncia apresentada tem 22 páginas e é assinada pelo sub-procurador Rafael Fioravante Alvez Vanzi. Em determinado momento, ele afirma que "o estádio do Arruda não tem nenhuma condição de albergar uma partida de futebol sem que os participantes do evento não sejam colocados em risco", e pede ao STJD "punição rigorosa, com a aplicação de multa e perda de mando de campo em patamares elevados".
No último sábado, a CBF havia determinado a interdição preventiva do estádio do Arruda. Já no domingo, o presidente do STJD, Flávio Zveiter, publicou despacho mantendo a punição e determinando ainda a suspensão de todas as torcidas organizadas do Santa Cruz, em todo o território brasileiro, até que o autor do crime seja identificado.
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