
Dunga quer um time que não chore nem lamente publicamente a ausência de um craque. E não pretende pedir ajuda de um psicólogo para colocar a cabeça dos atletas no lugar.
Em entrevista à edição desta semana da revista Veja, o novo velho técnico da Seleção Brasileira disse que a imagem deixada pelos jogadores brasileiros por chorarem em campo durante a Copa do Mundo foi negativa - o treinador colocou em dúvida a eficiência do trabalho de psicólogos no futebol. Dunga também foi atração neste domingo do programa Fantástico, da Rede Globo, em entrevista gravada sexta-feira no hotel Sheraton, em Porto Alegre.
- Uma cena de choro como a do jogo contra o Chile pega mal no meio do futebol. Nós somos machistas, temos aquela coisa de que homem não chora - disse o técnico à Veja.
Ao Fantástico, o técnico revelou ainda não ter pronta a lista da primeira convocação, para os amistosos contra a Colômbia e Equador, no início de setembro. Há três nomes para cada posição, segundo ele. Atletas jovens que se destacam na Europa e no Brasil já são observados - Atlético de Madrid e Cruzeiro foram times com boas campanhas citados. O único nome garantido por Dunga foi uma obviedade: Neymar. Mas o treinador foi rápido ao responder se o Brasil continuaria jogando em função do atacante do Barcelona:
- Não jogar em função do Neymar. O Neymar vai jogar em função da Seleção. O Brasil vai criar uma estrutura para ele ser o diferencial.
Dunga disse não saber se o trabalho de psicólogos pode resolver problemas dos atletas.
- Não sei se psicólogo resolve. Nada contra, mas somos desconfiados, temos sempre o pé atrás. Dificilmente um jogador vai se abrir em cinco minutos. A primeira coisa que pensa é: "Será que ela vai contar ao treinador o que eu falei?" - refletiu.
Nas duas entrevistas ele criticou a decisão de alguns jogadores de usarem bonés com a frase "Força, Neymar" antes da semifinal contra a Alemanha. O principal jogador da Seleção não participou da histórica goleada por 7 a 1 por estar machucado.
- Se vamos para a guerra, não podemos ficar chorando perdas. Temos é que dar força ao soldado que entrou no lugar - concluiu, à Veja.
* ZH Esportes, com agências