Sei que modernidade é importante, assim como as novas tecnologias. Sei que elas devem ser usadas na gestão. Só que, na verdade, no final, o que importa é só o futebol. Sei que o futebol mudou muito. Já não cabem mais promessas de grandes contratações que não chegam. Não há mais lugar para soluções mágicas, que também não acontecem.
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O discurso de implantar um modelo tipo Barcelona ou Alemanha é arrogante. Temos que pensar na nossa realidade e experiência. Se tivermos humildade para aprender e disciplina para aprofundar os nossos modelos, o Grêmio voltará a vencer.
E tudo começa por não perder. Temos que resgatar o nosso Grêmio. Precisamos de um time combativo, de marcação e ocupação de espaços. Nossos jogadores têm que ter um compromisso com nossa torcida e com o Grêmio. Eu disse compromisso!
Claro que temos que ter profissionalismo, que temos que utilizar novas tecnologias e ter pessoas que saibam usar as ferramentas mais modernas. Compartilhar decisões no departamento de futebol é imperioso. Nenhum treinador pode ter poderes absolutos.
Ao mesmo tempo que defendo o profissionalismo, sei que é preciso ter uma diretoria de futebol forte e atuante. É cargo político, de confiança do Presidente do Grêmio e deve ser o olhar e a voz da torcida. Não penso que a diretoria de futebol tenha que se intrometer nos aspectos técnicos das decisões dos profissionais, mas deve delas participar, a fim de que tenham alinhamento com a alma e a cara do Grêmio.
A bola não entra por acaso já virou frase chavão. Sei disso. Mas, também sei que não vamos ganhar nada só com organização, ordem e disciplina. Precisamos do talento de todos: jogadores, treinador, departamento de futebol e diretoria. Precisamos da força da torcida. O futebol não descarta o acaso, a pressão do torcedor, a psicologia do atleta, o adversário e os erros de arbitragem.
Temos que saber o que fazer. Temos que investir muito nas categorias de base. Temos que ter um treinador qualificado, com personalidade, mas que entenda que faz parte de uma equipe. Temos que ter profissionais comprometidos com um projeto de modernizar, mas que não percam o foco de que tudo acaba no futebol.
Um chip na caneleira, ou um sistema de informática, não resolve o problema do futebol. Óbvio que quero usar o chip na caneleira e os instrumentos modernos de gestão, mas quero isto para poder formar um grande time de futebol e para ganhar de novo. Do nosso jeito, com a nossa cara. Com a cara do velho Grêmio.
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