
Após buscar duas penalidades e fazer outras duas defesas decisivas no tempo normal, Eduardo Martini saiu celebrado como herói do acesso xavante à Série C do Brasileirão. Mérito da preparação. Com a possibilidade de definir a vaga nos pênaltis, o goleiro estudou os principais batedores do Brasiliense, entre eles o experiente Baiano, lateral convertido em volante, com passagem por Santos, Palmeiras e Vasco. Foi justamente em um petardo de Baiano, na última cobrança do rival, que o goleiro abriu caminho para classificação. Aos 35 anos, Martini celebra a grande fase, exalta a torcida do Brasil e garante:
- O motor aqui é diesel, vai longe.
Qual o segredo para as defesas nos pênaltis? Você buscou uma cobrança do Baiano, jogador experiente e que bate bem na bola.
Estudamos o Baiano. Ele tem alguns cacoetes, estudamos e deu certo. Até agora, não estou acreditando que consegui pegar o pênalti. O Baiano bate nos dois cantos, mas a expressão corporal dele mostrava o lado em que bateria. Ainda bem que tive a frieza e, também, um pouquinho de sorte. Depois do chute, ainda olhei para conferir se tinha defendido, de tão forte que ele bateu.
Nos 90 minutos, a defesa decisiva foi na cabeçada de Luiz Carlos, no final do segundo tempo?
Foi a defesa mais difícil, porque ele cabeceou forte e para baixo. A distância era curta. Você precisa ter o tempo exato do quique da bola, o que aumenta o grau de dificuldade. Também teve um chute do Luiz Carlos de esquerda, que esperei para definir o lado da defesa. Fui um chute em que muitos goleiros tentam adivinhar. No geral, foi um jogo parelho. Começamos mal, mas o gol do Nena nos deu uma sobrevida.
Qual a importância da torcida, que foi de Pelotas a Taguatinga, para classificação?
Costumo dizer, que somos uma equipe modesta, porém, com uma torcida apaixonada. Não é todo time que consegue trazer tantas pessoas lá de longe do Rio Grande do Sul. E esse clube já teve muita história na Série A do Campeonato Brasileiro, mas também já foi ao fundo do poço. O Brasil só consegue galgar passo a passo um retorno porque tem uma torcida apaixonada, porque ela empurra, ela incentiva o jogador.
Com a volta à Série C, quais os planos futuros?
Como todo time do Interior, temos dificuldades financeiras. É o torcedor e o trabalho sério e honesto do dia a dia que nos farão conseguir, passo a passo, trazer o Brasil para um cenário nacional. Já demos o primeiro passo hoje (ontem).