Os últimos dias são de profunda tristeza para amantes de um dos esportes com mais conquistas e praticantes, no Brasil, o voleibol. As denúncias feitas pelo jornalista Lúcio de Castro, da ESPN, em fevereiro desse ano, além de procedentes, são mais graves, segundo relatório da Controladoria Geral da União. No mínimo R$ 30 milhões foram desviados da CBV.
A Contraladoria-Geral da União (CGU) identificou que consultorias contratadas, sem licitação, não ocorreram, pois eram executadas por empresas de ex-dirigentes ou laranjas, sem a comprovação de existência de estrutura física e funcionários contratados. O relatório ainda indica que esse pode ser um modus operandi presente em outras entidades esportivas.
Isso indica que podemos estar diante da ponta de um iceberg de corrupção no esporte brasileiro. Espero que a CBV seja um caso isolado, combatido e tomado como exemplo. O esporte brasileiro nunca recebeu tanto apoio. Vivemos um momento de conquistas. E o vôlei é, sem sombra de dúvidas, o maior expoente desse momento. E não pode ser maculado e desviado dessa rota de vitórias, por malfeitores que utilizaram o sucesso de atletas e comissão técnica, para enriquecimento ilícito.
Os dirigentes envolvidos nos casos de corrupção colocaram em risco uma parceria de duas décadas, entre o Banco do Brasil e o vôlei brasileiro. O banco suspendeu, de forma temporária, o patrocínio. Só cumprindo as determinações do CGU a entidade terá repasses do banco, novamente.
No entanto, é preciso prevenir antes de remediar. Para isso, acabar com os feudos que algumas federações tornaram-se é primordial. A troca de comando e ideias, mesmo em um time que está ganhando, é salutar. Por isso estou do lado de atletas como Gustavo Endres, que é o presidente da Comissão de Atletas da Superliga e que cobra há tempos explicações das denúncias. O atleta tem o direito de estar representado na federação do seu esporte. E hoje, quase sempre, ele está alijado disso. Minha luta, como deputado federal do esporte, em Brasília, será por entidades limpas de corrupção, buscando um esporte transparente, que além de atingir os resultados esportivos, tenha uma gestão ilibada e que preze pela honestidade. Para beneficiar atletas e o futuro do esporte, que não pode ser colocado em risco em momento algum, como nesse fato.