
Gabriel Medina chegou nesta terça-feira ao Brasil e falou por uma hora com os jornalistas. Em sua primeira entrevista no País após a conquista do inédito título mundial de surfe, o atleta de 21 anos admitiu que seu maior desafio será se manter no topo. Mas avisa: a meta para 2015 é conquistar o bicampeonato. A seguir, os principais pontos da conversa em um hotel ao lado do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
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Recepção na chegada
Quando eu cheguei no aeroporto tinha muita gente, e foi muito legal a recepção de todo mundo. Eu realmente não esperava aquela galera. Foi uma surpresa muito boa. Não tem coisa melhor do que ser recebido desse jeito.
Visibilidade para o surfe
Sei que o surfe não é o principal esporte do Brasil, mas com certeza a minha vitória abriu as portas para a modalidade. Espero que o surfe cresça mais e fique perto do futebol.
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Maior desafio do ano
O ano foi longo, começou em fevereiro, foram 11 etapas. Tive algumas vitórias, algumas derrotas, e na etapa de Portugal, a penúltima, cheguei a pensar que o título não ia ser meu. Mas treinei muito antes de ir para o Havaí, me preparei, me dediquei, porque a única coisa em que eu pensava era o título.
Senna ídolo
O Ayrton é o meu ídolo. Não tive a oportunidade de conhecê-lo, mas assisti o filme dele e até chorei. Muita gente diz que temos a personalidade parecida. Ele era frio, dedicado, focado, e, independentemente das circunstâncias, conseguia chegar no que queria.
Comparação com Slater
Consegui igualar o Kelly com o título aos 20 anos. Não era uma estratégia. Eu queria muito ser campeão mundial. ê uma honra ter me igualado a ele.
Sozinho pela primeira vez
Quando acabaram as entrevistas, a premiação e falei com todos os meus amigos, cheguei em casa e fui para o banho. Aí me abaixei no chuveiro e agradeci a Deus. Dei minha choradinha, claro (risos).
O que falta ao Brasil
O Brasil tem vários caras bons. O que realmente falta é as pessoas acreditarem, as marcas acreditarem. Antes o surfe era visto como algo ruim, eram os maloqueiros, gente que fumava maconha. Mas é uma profissão séria.
Importância da família
É um orgulho ter um pai, uma mãe e irmãos como eles (Felipe e Sophia). Eles passaram o ano viajando comigo, foram para a maioria das etapas. Quando estou com eles, me sinto em casa.
Foco para 2015
Meu foco vai ser buscar o título mundial de novo. São vários caras bons, e até os moleques que estão chegando. Tem o John John Florence, o Justin Wilson, que ganhou em Pipeline. Dos brasileiros, tem o Miguel Pupo, o Filipe Toledo. Estamos tomando o posto dos caras que estavam lá, como o Kelly Slater e o Mick Fanning.
Pai biológico, Claudinho
Sempre falo que sou privilegiado de ter dois pais. Amo o meu pai, temos uma relação boa. Acho que ele está contente, quero dar um abraço nele.
Cobrança
É normal do brasileiro sempre cobrar no esporte de quem tem chances. Este ano foi mais fácil, sem mídia, sem tanta cobrança. O desafio agora vai ser me manter. Estou preparado.
