O Gre-Nal do Gauchão estava marcado para 1° de março. Foi antecipado para 22 de fevereiro, no Beira-Rio, e colide com o UFC que será realizado no mesmo dia, no Gigantinho.
Culpa de um calendário montado às pressas e reorganizado em questão de minutos para, por exemplo, diminuir os prejuízos da participação colorada na Libertadores.
Esses fatores já criaram distorções no Estadual. Em 2015, o Inter jogará apenas oito vezes na Região Metropolitana. O Grêmio, que não disputa a Libertadores, atua na Grande Porto Alegre 11 vezes, evitando viagens longas ao interior. Em 2014, quando o Grêmio jogava a Libertadores, foi ele quem atuou menos na Capital em relação ao Inter - 11 a 10. Casos do mesmo integrante da dupla Gre-Nal jogando em uma cidade em anos consecutivos, sem revezamento, também são comuns - e já foram notados em Santa Cruz do Sul e Pelotas. Na última rodada da Taça Piratini, em 2012, foram marcados dois jogos da dupla Gre-Nal para Porto Alegre no mesmo dia - o Inter recebeu o Pelotas no Beira-Rio, enquanto o Grêmio visitou o São José no Passo D'Areia.
Na NFL, liga profissional de futebol americano dos Estados Unidos, há um belo exemplo a ser seguido para reorganizar as disputas brasileiras. O calendário de todos os times já é pré-determinado de forma permanente. Ou seja, uma breve pesquisa no Google permite ao torcedor saber quais adversários seu time enfrentará em qualquer temporada à frente. Os únicos ajustes feitos anualmente são de acordo com as posições dos times na tabela de classificação, datas e horários - e todos respeitam outros eventos já marcados para os estádios e interesses das emissoras detentoras dos direitos de transmissão. Apesar dos desejos de terceiros, a harmonia do calendário é possível. O modelo segue totalmente inalterado desde 2002, quando a NFL passou a ser disputada por 32 times.
Seja no Gauchão, Brasileirão ou qualquer outro torneio de futebol, é viável seguir a mesma lógica. Cria-se um calendário padronizado, que só é ajustado a cada ano com os clubes rebaixados/ascendentes, inversões de mando de campo, datas e horários disponíveis. Assim como na NFL, podem haver regras pré-determinadas para flexionar jogos importantes de acordo com a necessidade da televisão e do interesse do público.
A evolução do futebol brasileiro fora dos gramados é possível e nem exige criatividade - o reflexo será dentro das quatro linhas. Copiar o que dá certo em outros lugares pode ser a fórmula do sucesso?