A Argentina vai parar mais uma vez e não estou falando de manifestação política ou greve geral. Falo do maior clássico do mundo: Boca e River se encontrarão nas oitavas de final da Libertadores. Um encontro não planejado, não esperado e, mesmo que os torcedores e protagonistas digam o contrário, esse também é um encontro pouco desejado.
O primeiro jogo será em 6 de maio no Monumental de Núñez, e o segundo no dia 13 de maio, na Bombonera. Só um vai seguir adiante na maior rivalidade do planeta.
Dono da melhor campanha de todos os tempos em uma fase de grupos, o Boca começou a temporada mergulhado em um mar de interrogações. Depois desse começo vacilante, tudo mudou. O técnico Rodolfo Arruabarrena tem grandes méritos nisso, um técnico jovem, identificado e extremamente capaz de formar time com a receita que todos deveriam seguir: a mescla entre jovens e experientes.
Meli, Cubas, Komar entre outros se misturam a Gago, Cata Díaz, Burrito Martinez e, em especial, a Daniel Osvaldo ou "El Loco" Osvaldo como ele é chamado agora. Osvaldo, aliás, chegou como a maior contratação do futebol argentino para este ano e vem encantando os torcedores xeneizes carentes de um ídolo desde a saída e posterior aposentadoria de Riquelme.
O momento é tão bom que o time azul y oro em breve terá mais um jogador para celebrar, Carlos Tevez, filho da casa e que já anunciou o seu desejo de retornar para a metade desse ano. Se sobram adjetivos para o momento vivido em La Boca, podemos dizer que as mesmas desconfianças que estavam por lá mudaram-se para Nuñez. A classificação para as oitavas chegou de forma dramática, apenas uma vitória em seis jogos, pouquíssimo para um time que recentemente conquistou a Copa Sul-Americana. Vale lembrar que o time foi mantido e até ganhou bons reforços como Pity Martinez e o uruguaio Mayada. Até mesmo o antes incontestável técnico Marcelo Gallardo foi submetido a dura avaliação da imprensa local e de seus torcedores.
Mas agora não é mais hora disso... Avaliações e dúvidas ficam para trás, afinal, "A Copa começa agora", como dizem os argentinos. Tentar encontrar um favorito para esse encontro seria uma grande perda de tempo, não existem favoritos em um Superclássico argentino!
A melhor campanha contra a pior, o melhor time contra o pior...
Nada disso serve para um Boca e River.