Aquilo que de início parecia impossível, mas que rodada a rodada o Caxias transformou em uma situação praticamente irreversível, ontem se consumou. Derrotado por 2 a 1 pelo Novo Hamburgo, o clube grená foi rebaixado para a segunda divisão do futebol gaúcho. Um desfecho melancólico, especialmente para cerca de 400 torcedores que foram ao Estádio do Vale tentar dar o último apoio à equipe.
Após a partida, o clima no vestiário grená ia além da óbvia frustração pela queda. Talvez por ser uma situação que se desenhasse aos poucos, havia menos incredulidade e mais discurso de resignação diante da tragédia anunciada.
- Fizemos de tudo para evitar isso. Houve muito esforço dos jogadores, da direção, da torcida. Mas para a recuperação psicológica, física e tática que era necessária, tivemos muito pouco tempo. É uma situação muito difícil, mas o clube não acaba aqui. Tem história e tradição para se reerguer - disse o técnico Hélio dos Anjos, sem falar sobre uma possível transferência para o Goiás, que deve ser concretizada hoje.
Principal alvo das críticas da torcida, o vice-presidente grená, Washington Stecanela, mostrou-se mais abatido. Identificado com o clube, jamais esperava chegar a tal situação. Evitou, porém, atribuir grande parcela de culpa à sua insistência em manter o amigo Paulo Turra no cargo. Limitou-se a reconhecer falhas no planejamento, especialmente nas contratações.
- Não tem que colocar a responsabilidade no Turra. Nós montamos o time juntos, dentro das condições que tínhamos. Trouxemos muitos jogadores que estavam há bastante tempo sem jogar, e tivemos muitos problemas de lesão. Em praticamente todos os jogos perdemos alguém machucado. Isso nos trouxe muitas dificuldades - destacou.
Projetando o futuro do clube, o dirigente prometeu que o Caxias terá um grupo diferente na Série C. Reafirmou que a competição nacional sempre foi o principal objetivo do clube, só não esperava tantas adversidades no Gauchão.
-Temos que trabalhar e corrigir os erros que cometemos. Iremos reavaliar o grupo, mas posso dizer que vai mudar bastante. Nosso foco principal sempre foi a Série C e já estamos trabalhando em algumas situações. O Caxias terá um time forte para alcançar aquele que é o nosso grande objetivo, chegar à Série B do Brasileiro.
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