Na sua chegada ao Brasil, o futebol era elitista. Os primeiros clubes não aceitam negros, mas também os brasileiros pobres. A história da inserção do negro no futebol brasileiro acontece concomitantemente com a profissionalização, mesmo que alguns clubes antes de 1933, ano da profissionalização, já aceitassem atletas negros e mestiços. A grande mudança aconteceu a partir deste ano e transformou o futebol em importante caminho de invenção de mercado para ascensão social dos negros. Era a deixa para que os primeiros grandes ídolos surgissem.
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Antes de frequentarem os grandes clubes, os negros e demais brasileiros pobres jogavam em ligas amadoras, dentre as mais conhecidas está a Liga da Canela Preta e dela é oriundo o grande craque do Internacional no chamado Rolo Compressor: Osmar Fortes Barcellos, ou simplesmente Tesourinha, que também defendeu a Seleção Brasileira e mais tarde tornou-se o primeiro atleta negro a jogar oficialmente pelo Grêmio.
A história do Inter é em grande parte a história de grandes ídolos negros, como o autor do primeiro gol do Beira-Rio, Claudiomiro, ou de um dos heróis das Libertadores, Paulo Cesar Tinga, que recentemente sofreu na pele um covarde ato de intolerância racial, que levou o país a refletir sobre o racismo.
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O futebol é um importante instrumento de luta contra a discriminação racial, mesmo que alguns atos racistas insistam em macular a imagem do esporte mais popular do país. Uma ação concreta é o Observatório da Discriminação Racial no Futebol. O projeto monitora e divulga os casos de racismo no futebol brasileiro, assim como ações afirmativas que visem a erradicar esse problema social. O Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol Brasileiro apresentou 20 casos de racismo no país em 2014 e evidencia que precisamos tratar o assunto de forma mais séria.
O posicionamento institucional do Internacional em parceria com o Observatório e apoio da Ajuris se dará neste domingo no jogo da Tolerância Racial, antes de enfrentar o Atlético-MG. Será o momento de demonstrar para a sociedade que podemos viver em harmonia e respeito, pois o estádio sempre representou uma grande comunhão de pessoas de diversas raças e classes sociais. Vamos promover a inclusão social. Somos todos iguais.
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