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Alejandro Domínguez, novo presidente da Conmebol, é um economista paraguaio de 44 anos. Aclamado nesta segunda-feira e prestes a ser oficializado no cargo em um congresso extraordinário da entidade nesta terça, em Luque, o dirigente cresceu na confederação sul-americana por ser um conhecido braço direito de Juan Ángel Napout, presidente anterior da Conmebol e que está nos Estados Unidos, livre por pagamento de fiança, por conta de acusações de receber suborno de empresas de marketing beneficiadas na compra de direitos de transmissão de eventos esportivos.
– Conheço Juan Ángel e não vou negar sua amizade. Está passando por um momento delicado e se declarou inocente – disse Domínguez, no dia 13 de janeiro, à Rádio 730, do Paraguai.
Wilmar Valdez, uruguaio que estava ocupando o cargo de forma interina, retirou sua candidatura no domingo e abriu o caminho para que Domínguez fosse proclamado o novo presidente.
Formado em economia em 1995 na Universidade do Kansas, nos Estados Unidos, e mestre em administração de empresas pela Universidade Católica de Assunção, Alejandro Domínguez Wilson-Smith é natural de Assunção e, coincidentemente, foi definido como o novo presidente da Conmebol exatamente no dia de seu aniversário – seu mandato vai até 2019.
Domínguz começou sua carreira no esporte como membro da diretoria do Olimpia em 1995. Foi vice-presidente do clube entre 2004 e 2006. Em 2007, assumiu a primeira vice-presidência da Confederação Paraguaia de Futebol e, em agosto de 2014, tornou-se o presidente interino, até ser eleito de forma efetiva em novembro do mesmo ano.
Críticas de Chilavert
Um dos maiores ídolos do futebol paraguaio, o ex-goleiro José Luis Chilavert não poupou críticas ao novo mandatário do futebol sul-americano. Em entrevista à imprensa local, o jogador aposentado disse que Domínguez é "cúmplice" de Napout.
– Domínguez não pode ser presidente, ele devastou o futebol paraguaio. É incompetente para exercer suas funções. Há pessoas capazes, honestas. Os que o apoiam são os que têm lucrado sempre. Não se pode mudar o futebol com estes dirigentes nefastos. Domínguez é um paraquedista que não sabe nada, é cúmplice de Napout e é preciso investigá-lo. Trata-se da nova cara da corrupção. Seguem matando o futebol – disparou Chilavert.
Os outros presidentes da Conmebol
O paraguaio Nicolás Leoz comandou a Conmebol por 27 anos, entre 1986 e 2013 – o mandatário mais duradouro na centenária história da entidade. Desde sua saída, em 2013, sua corrente política dentro da confederação segue no comando. O Brasil teve apenas um presidente da Conmebol: José Ramos de Freitas, entre 1957 e 1959.
Héctor Rivadavia Gómez (Uruguai) – 1916 a 1926
Luis Salesi (Argentina) – 1926 a 1939
Luis Valenzuela (Chile) – 1939 a 1955
Carlos Dittborn (Chile) – 1955 a 1957
José Ramos de Freitas (Brasil) – 1957 a 1959
Fermín Sorhueta (Uruguai) – 1959 a 1961
Raúl Colombo (Argentina) – 1961 a 1966
Teófilo Salinas (Peru) – 1966 a 1986
Nicolás Leoz (Paraguai) – 1986 a 2013
Eugenio Figueredo (Uruguai) – 2013 a 2014
Juan Ángel Napout (Paraguai) – 2014 a 2015
Wilmar Valdez (Uruguai) – 2015 a 2016
*ZHESPORTES