O Sport Club Internacional, através de seu Conselho Deliberativo, deu importante passo ao aprovar o texto que será encaminhado aos sócios para reformar seu estatuto e adaptá-lo às modernas legislações que impuseram aos clubes brasileiros a adoção de princípios definidores de gestão.
Importante considerar, na análise dos avanços obtidos pela reforma, que hoje o Internacional conta com 14 grupos políticos inscritos no seu Conselho Deliberativo. Por isso, o redator e intérprete da lei não pode se dissociar do cenário político preexistente à elaboração dos textos legais, sob pena de jamais conseguir aprová-los. É assim em qualquer casa legislativa, por isso aqueles que hoje apregoam que o sócio vote não à reforma que a ele será submetida preferem desconhecer o "pano de fundo" em que a situação está posta e, através de proselitismos, tentar desviar a atenção.
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E o foco mais relevante é que o Internacional avançará muito com a reforma do seu estatuto, pois será criado, pela primeira vez em sua história, um Conselho de Gestão, de modo a obtemperar o poder absolutamente centralizado na figura do presidente. Além disso, o Conselho Fiscal será plural, o clube se adaptará à realidade da legislação do Profut e terá orçamento fixado para as categorias de base, dentre diversos outros relevantes progressos.
Não se pode, ainda, deixar de destacar que toda a reforma foi plural, com audiências públicas, amplos debates no âmbito do Conselho Deliberativo, palestras sobre os temas mais densos e respeito às diretrizes preconizadas pelo Regimento Interno do Conselho (instrumento que regula todo o processo de reforma do estatuto).
Este modelo apresenta princípios da gestão contemporânea fundadas em governança corporativa e deve estar arraigado a um amplo e efetivo planejamento estratégico.
Quem sabe, com o passar dos tempos, amadurecida essa primeira etapa da transformação do modelo de gestão, possamos aderir a regras da maioria das empresas brasileiras, que adotam a separação entre o Conselho Administrativo e a Diretoria Executiva. Devemos caminhar passo a passo, adquirir a indispensável maturidade política entre os conselheiros e sócios, de modo a que essas rupturas de modelos históricos, mas ultrapassados, não sejam perniciosas ao dia a dia do clube.
Por isso, sócio colorado, na Assembleia Geral que ocorrerá em abril, vote SIM à reforma estatutária.
*ZHESPORTES