
O futuro do Grêmio na Libertadores passa pelos 2.734 metros de altitude do Estádio Casa Blanca, em Quito, no Equador. Muito mais do que o mediano time da LDU, os efeitos de jogar tão acima do nível do mar é que causam preocupação a jogadores, dirigentes e torcedores gremistas.
O Tricolor terá que enfrentar essas adversidades mantendo o foco no objetivo principal: não perder o jogo e, dessa forma, depender apenas de suas forças, na última rodada, para se classificar.
Voltar do Equador com um resultado positivo exige bom futebol, superação e pulmões. Sim, pulmões. Praticamente todos os que atuam em Quito sofrem com a falta de ar nos pulmões. E quando os jogadores sentem, por óbvio, o time sente também. O Grêmio, portanto, precisa de "oxigênio". Precisa daquele atleta que corre mais que todos os outros e faça os "pulmões" da equipe funcionarem. Esse jogador tem nome. Atende por Pedro Rocha.
Leia em:
Diego Dornelles: Leicester e a Liga Inglesa, os bons exemplos
Sérgio Villar: a ousadia que faz bem ao futebol
Luis Eduardo Paluga Martins: olhos para a base, o futebol do futuro
O jovem de 21 anos, nascido no Espírito Santo e formado na base gremista, já mostrou que pode ser muito útil. Basta lembrarmos o melhor Grêmio treinado por Roger, aquele do segundo semestre do ano passado, que acumulou vitórias e boas atuações, chegando à terceira colocação no Brasileirão. O quarteto final era formado por Giuliano, Douglas, Luan e... Pedro Rocha. Ele fazia o trabalho de flanco, pelo lado esquerdo, chegando com força à frente e auxiliando muito na marcação. Aliás, a queda de rendimento do lateral-esquerdo Marcelo Oliveira em 2016 passa também pela falta de um jogador que acompanhe os avanços do adversário por aquele setor.
Nesta temporada, mesmo sem ser titular, Pedro Rocha já marcou seis gols em 11 jogos disputados. Ao lado de Lincoln, deixa o time mais agudo e veloz. Não que estejamos diante de um fenômeno ou de um jogador acima da média, mas é inegável a sua capacidade de agregar intensidade (palavra da moda no futebol moderno) à equipe do Grêmio. Além do mais, em um jogo em que, muito provavelmente, poucas chances de gol se apresentarão ao time gaúcho, ter poder de conclusão é imprescindível, algo que ainda não mostrou ser uma das virtudes do até então titular Everton.
Volto a dizer: na altitude é preciso ter pulmão. Pedro Rocha pode ser, além do "oxigênio" do time, o grande trunfo do técnico Roger Machado na decisão de Quito. Basta ter a coragem de apostar no garoto.
*ZHESPORTES