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O mais novo reforço do Ypiranga para a disputa da Série C nacional começou a carreira no Inter e passou pelo Grêmio. Marcelo Labarthe, 31 anos, voltou ao RS para defender a equipe de Erechim. Ele disputou a Série A-2 paulista pela Portuguesa.
– Até tem uma história engraçada. Sábado, jogaram Portuguesa e Ypiranga. Estava vendo o jogo com meu filho (Pedro Henrique, sete anos) e torcendo para o Ypiranga. Ele ficou sem entender: "papai, não temos que torcer para a Portuguesa?" – diverte-se o volante.
O Ypiranga é seu quinto clube no RS. Além da Dupla, jogou também no Caxias e no São José. Mas é fora das divisas do Estado que estão as maiores histórias dos mais de 12 anos de carreira do volante.
Aos 21 anos, foi escolhido pelo Sporting, ao lado de Cleiton Xavier, como contrapeso para a contratação de Tinga pelo Inter. Membros da equipe portuguesa investigaram e acompanharam dois meses no Beira-Rio para escolher as duas promessas que iriam para a Europa em troca do novo reforço colorado.
No Sporting, mal teve chances. Foi logo emprestado para Beira-Mar e Vitória de Setúbal. Em 2007, voltou a Porto Alegre, chamado por Mano Menezes, seu ex-técnico na base do Inter, para reforçar o Grêmio. Do Olímpico foi para o Japão, jogar no Ventforet Kofu, da cidade de Yamanachi, a 40km de Tóquio. Em um ano na Ásia, aprendeu o básico do idioma, a ponto de nem precisar de tradutores no final do contrato.
– O Claiton (ex-Inter) que me disse para me entrosar com os japoneses, eles valorizam muito isso. O Claiton era capitão, se comunicava à base de gritos, gestos. Fiquei espantado com aquilo – comenta Labarthe.
Sua outra experiência europeia foi na Grécia. Depois de rodar por Comercial-SP e Uberlândia, viajou para a Ilha de Creta, onde jogou no Platanias, por uma temporada.
De lá, voltou para o Brasil, esteve na Aparecidense e logo foi para o Corinthians, dos Estados Unidos (hoje chamado de Las Vegas, que teve até Ronaldinho em jogo recente). Chegou em outubro e participou de alguns amistosos e excursões, mas não entrou em campo em partidas oficiais. Pediu e acabou emprestado para a Portuguesa. Agora, rescindiu com os americanos para voltar ao Estado e ficar mais próximo da família.
Bom de papo, Labarthe demonstra bagagem cultural. Aproveitou o período fora do Brasil para aprender sobre a vida dos portugueses, gregos e japoneses.
– Minha mãe é professora de história. Ligava e me cobrava fazer esses passeios culturais. Foi uma oportunidade que tive e só poderia tirar o máximo de tudo – revela.