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Algum outro técnico da Seleção um dia prestou contas de seu trabalho diário, para além de entrevistas antes e após os jogos?
Foi o que fez Tite fez ontem, mesmo sem ainda ter comandado um treino sequer no cargo. Assistiu a 36 jogos, ao vivo ou por vídeo. Conversou com 16 treinadores, incluindo Falcão e Roger.
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O auxiliar Cleber Xavier, que agora ganha o reforço de Sylvinho, disse-me que o expediente dele e de Tite na CBF é sagrado. Vai das 10h às 19h, quando não estão em viagem.
Não duvido que antecessores de Tite também vissem jogos e trocassem ideias com os colegas de profissão. Eram todos sérios, profissionais e trabalhadores.
Não se trata disso.
O que vale aqui é a força do gesto de prestar contas em um país onde a regra, conforme a Lava-Jato nos mostra a cada nova fase, é varrer tudo para debaixo do tapete. Tite entendeu que o cargo de técnico é público.
E, sendo assim, tem deveres a cumprir.
Um deles é a transparência. Isso é bom.