
Nove pontos e oito posições separam Grêmio e Inter no Brasileirão. Uma eternidade se colocarmos lado a lado os contextos dos dois – o Z-4 esta a quatro pontos dos colorados, o líder, a dois dos gremistas. As realidades são totalmente distintas. Mas um olhar mais atento sobre os dois times mostra que, no mano a mano, são equivalentes. Arrisco a dizer que há uma leve vantagem gremista. Isso, é claro, levando-se em conta as equipes completas, com os quatro olímpicos à disposição.
Mas, se os dois times são quase equivalente, o que explica a distância entre eles na tabela de classificação? Simples e fácil. O que diferencia os dois times é a gestão de futebol. E quando falo em gestão de futebol entende-se quem precisa pensar do estádio para dentro, dos gabinetes até o vestiário – e dali para o campo.
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O Grêmio apostou em Roger no ano passado e, desde então, percebe-se que há uma linha de ação no futebol do clube. O time tem começo, meio e fim. Há um modelo de jogo definido – e quem chega ao grupo ou ascende da base sabe o que precisa fazer.
O Inter, por sua vez, ainda procura seu modelo de jogo. Vitorio Piffero ingressa na reta final de seu mandato sem saber qual o DNA do seu time em campo. Começou com Diego Aguirre e seu rodízio, passou pelo pragmatismo de Argel e a ideia de simplificação do futebol e, quando o prazo de validade desse venceu, recorreu a Falcão e o conceito de fazer do futebol um jogo mais coletivo e melhor elaborado. Nenhum deles se afina.
Falcão recém completará nesta quarta-feira duas semanas de trabalho. É impossível avaliar seu trabalho. Mas é fácil prever o tamanho do abacaxi que precisa descascar. Mais do que montar um time e fazê-lo ganhar, precisa dar ao Inter um DNA. Algo que a gestão ainda não conseguiu.