
Não era assim, mas hoje, o arremesso manual tornou-se importante no futebol. A bola é atirada para a área e, do lance, brotam gols e mais gols que, ao final do campeonato, podem livrar ou mandar um clube para o funeral do rebaixamento.
Porém, ninguém mais atenta a um fato frequente no lance: a irregularidade. Ela consiste na invasão do gramado, no arremesso em movimento, no salto ao lançar a bola, no levantamento dos dois pés. A infração está insidiosamente sendo banida das regras do futebol e parece que estamos nos lixando para isso. A mídia esqueceu de olhar para quem impulsiona a bola em direção a área. Vou mencionar apenas alguns jogos que vi: Palmeiras 4x3 Grêmio: Moisés. Palmeiras 2x2 Coritiba: Moisés. Inter 1x1 Coritiba: Geferson. Atlético-MG 3x1 Inter: Ceará. Os delitos desses jogadores (pés dentro do campo) originaram gols ilegítimos. E nenhum analista de arbitragem comentou as anormalidades.
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Os colorados podem perguntar: "Esse gremistão não vai falar do que houve a favor do time dele"? É que o Grêmio, infelizmente, pouco utiliza tal fundamento. Seus jogadores, quase sempre, precipitam a bola na cabeça de um adversário nos costados das linhas marginais do campo. Voltando ao assunto, falta, impedimento, mão na bola etc. tudo é marcado. Mas por que já há tanto tempo a transgressão, no hoje significativo lance manual, não é mais assinalada? Por que ela caiu no esquecimento? É porque tanto o juiz como o auxiliar estão olhando só para o destino da bola, lá pertinho do gol.
O juiz faz o certo, mas o auxiliar, que muitas vezes está ao lado de quem vai arremessar, teria de estar com a visão no jogador e não o faz. São quatro olhos voltados para a área e nenhum à origem do lance. Aí o jogador, sem que o auxiliar, os repórteres, os narradores e o público olhem para ele, fica à vontade para burlar. E os gols irregulares vão se amontoando, sem anulações e mudando o destino dos clubes. A solução? Basta a CBF ordenar aos auxiliares que desviem o olhar para a postura do jogador. Quem não o fizer, e provado que o lançamento foi defeituoso, ficará de fora da escala. Ora, quem não atua não recebe, e doendo em seus bolsos, logo veremos os bandeirinhas com os olhos bem arregalados para os arremessadores e marcando as reversões tão em desuso.
Problema resolvido.
*ZH ESPORTES