É com a bênção do Papa-Léguas de 2001 que Everton vai encarar o jogo mais importante de sua carreira. O atacante, que substituirá o suspenso Pedro Rocha na grande final da Copa do Brasil contra o Atlético-MG, é amigo pessoal de Luís Mário. E ouve com atenção os conselhos de um dos heróis do último título nacional do Grêmio para confirmar o penta na noite de quarta-feira, em uma Arena lotada com 55 mil torcedores.
Candidato a Papa-Léguas 2016, Everton marcou o terceiro gol no 3 a 1 do Mineirão na quarta-feira passada. Também foi decisivo nas quartas de final, contra o Palmeiras, quando garantiu o empate em 1 a 1 no Allianz Parque, que valeu a vaga na semifinal.
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Além dos gols importantes, têm a velocidade em comum com Luís Mário. Em 2001, o atacante que marcou dois gols na final contra o Corinthians corria 100 metros em 10,9 segundos, segundo suas contas. Neste ano, Everton já percorreu distância semelhante, de uma área a outra, também em 10 segundos.
– Passo muitos conselhos a ele, trocamos mensagens pelo WhatsApp. É um garoto pé no chão, que não se deslumbra facilmente. Ele sabe que é final de campeonato, tem que se sacrificar para conquistar. É um jogador técnico e rápido. Meu conselho é atacar sem medo, partir para cima mesmo. Ele está bem orientado pelo Papa-Léguas pai – sorri Luís Mário.
Em relação a Pedro Rocha, que é um dos artilheiros do Grêmio neste ano ao lado de Luan, com 12 gols, Everton acrescenta mais velocidade no contra-ataque. Como o Atlético precisa vencer por três gols de diferença para ser campeão, ou por dois para levar a decisão aos pênaltis, a tendência é de que possibilite mais espaços do que no Mineirão. Assim, o contragolpe pode ser mais explorado pela equipe de Renato Portaluppi na Arena.
Por outro lado, o Grêmio perde parte do poder de marcação no campo adversário, função que Rocha realiza com maior desenvoltura. Até por isso, Renato optou por mantê-lo como titular da equipe, sendo recompensado com os dois gols do atacante contra o Galo no Mineirão.
Para Osvaldo, ex-meia campeão da Libertadores e do Mundo em 1983 pelo Grêmio, a agilidade do Papa-Léguas pode ser decisiva contra o Atlético-MG.
– É uma hora excelente para ele mostrar todo o futebol que tem. Penso que ele dá mais velocidade ao contra-ataque. Mas ele precisa ter tranquilidade para mostrar seu melhor. Na hora da decisão, você precisa ter personalidade – recomenda Osvaldo.
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