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O técnico da Seleção Brasileira passou boa parte da tarde desta quinta-feira fazendo o que mais gosta: falando de futebol, de questões táticas, de gestão de vestiário, de relações humanas com os jogadores. Tite é um apaixonado pelo que faz. Se entusiasma ao contar histórias de futebol. Revelou algumas passagens ocorridas nos bastidores dos clubes que comandou e até mesmo na Seleção Brasileira. E, diante de uma plateia formada por cerca de 50 profissionais da RBS, ele se empolgou a ponto de erguer a voz e caminhar diante de todos como se estivesse à beira do campo.
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Só os apaixonados fazem isso. E Tite é um apaixonado pelo que faz. Seu olho brilha ao falar de futebol, de tática e, agora, de Seleção. O quer para ser uma palestra virou um saboroso bate-papo, com ele respondendo a todas as perguntas com detalhamento e clareza impressionantes. O quer para ter duas horas de duração, avançou e quase chegou às três horas.
O mais impressionante em Tite é perceber o quanto ele dispensa as liturgias dos cargos que ocupa. Como técnico da Seleção Brasileira, poderia repetir os antecessores e se encastelar em um mundo próprio, rodeado de sua claque. Mas não. Aceitou o convite do Sílvio Benfica, da Rádio Gaúcha, e veio conversar conosco. Nós estávamos ali para aprender, absorver seu vasto conhecimento. Mas quem encerrou a conversa com agradecimento foi Tite. Mais uma vez ele nos surpreendeu e, numa lição de elegância e humildade, disse que saía daquele encontro como um profissional melhor. Isso resume muito o que é Tite. E explica por que ele chegou ao patamar profissional em que se encontra.