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Embora o Corpo de Bombeiros não traga ao público as razões técnicas para o indeferimento do Alvará de PPCI para as arquibancadas móveis do Estádio do Vale, o noticiário aponta para a ausência de dois itens de segurança: as barras antiesmagamento e antipânico.
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As normas de segurança para estádios estão dispostas na Resolução Técnica nº 017/2012, do CBM/RS. No documento, a previsão da colocação de barras antiesmagamento se dá quando as arquibancadas existentes são projetadas para público em pé. Esse artefato está instalado no setor da Geral, na Arena do Grêmio. Para arquibancadas a serem construídas não há mais a previsão de que essas devam ser projetadas para público em pé. Para arquibancadas provisórias, o entendimento seria o mesmo, com elas projetadas para público sentado e sem a obrigatoriedade legal dessas barras.
Num segundo momento, as barras antipânico seriam o entrave ao deferimento do alvará. Esse artefato permite o travamento de portões em saídas de emergência no sentido da rota de fuga, sem o rebatimento que causaria o embretamento do público. Os portões do Estádio do Vale têm esse tipo de abertura, necessitando apenas da instalação dessas barras – procedimento que seria bancado por uma empresa.
A direção do Novo Hamburgo alega má vontade dos Bombeiros, o que é corroborado pelo fato de que os responsáveis pelo deferimento do alvará nunca se pronunciaram publicamente.
O Estádio do Vale sediou jogos do Inter em 2013 com arquibancadas móveis e cujo projeto aprovado foi balizado pela mesma resolução técnica. O que explicaria essa mudança de rigor? Se esse mesmo rigor for aplicado pelas demais corporações, não teremos mais do que meia-dúzia de estádios aptos. A não ser que estejam em obras, e os torcedores possam utilizar os escombros para agressão. Aí pode. E se houver sinistro, logo um tribunal dará uma liminar ad aeternum aos (ir)responsáveis.