
São 14 jogos sólidos, de atuações convincentes, muitos gols marcados e o time firmado como candidatíssimo aos três títulos que disputa. O momento da virada ocorreu após a derrota para o chileno Iquique e antes do início do Brasileirão, quando houve um intervalo de 11 dias entre as partidas. Ficaram para trás as desconfianças da eliminação do Gauchão e alguns desempenhos preocupantes na Libertadores.
ZH fez um levantamento para mostrar como se traduz em números o sucesso da equipe de Renato. A pesquisa engloba apenas os jogos em que o técnico optou pelo time titular. Nessas 14 partidas, foram 12 vitórias, um empate e apenas a derrota para o Corinthians. O ataque levou a bola às redes 34 vezes, e Grohe foi vazado em apenas oito oportunidades. As mostras da força do Grêmio, porém, vão além dos números mais evidentes. Estão nos passes trocados, nas médias de posse de bola e na eficiência das finalizações algumas pistas que ajudam a entender o time que, para muitos, pratica o melhor futebol do Brasil.
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O adversário na roda
É nítida a impressão, nos melhores momentos do Grêmio, de que o adversário se transforma em um mero espectador de uma grande roda de "bobinho". Não é à toa.
Nos 14 jogos dos titulares desde o 2 a 0 sobre o Botafogo, na estreia no Brasileirão, a equipe trocou, em média, 421,14 passes por jogo. O Corinthians, único time do Campeonato Brasileiro com mais de 400 passes por partida, tem média de 408,5 (o índice gremista no Brasileirão é menor por conta dos jogos com os reservas).
O Grêmio acertou 90,37% dos passes tentados nessas 14 partidas. Santos, Flamengo e Corinthians têm percentuais mais altos no Brasileirão (o time santista lidera a estatística, com 91%), mas há de se ressalvar que não trocam tantos passes quanto o time de Renato.
O camaleão da posse de bola
A média de posse de bola do Grêmio na arrancada recente é de 52,93%. É alta, como se espera de uma equipe que troca tantos passes, mas fica atrás dos 54% do Flamengo e dos 53,2% do Palmeiras no Brasileirão.
Os números demonstram a capacidade gremista de se adaptar a diferentes modelos de jogo. A vitória sobre o Atlético-PR, na Arena da Baixada, veio com 42% de posse, e o time bateu o Bahia, na Arena, com 61%. Nos cinco jogos em que teve menos a bola do que o adversário, venceu quatro e empatou um, contra o Cruzeiro.
Curioso é que, nos jogos de mata-mata, o Grêmio parece fazer questão de controlar o jogo com a bola no pé: nas três partidas de Copa do Brasil e nas duas de Libertadores da sequência recente, a posse ficou com o time gremista na maior parte do tempo.
Eficiência nas finalizações
O Grêmio finalizou, em média, 14,28 vezes por jogo na boa sequência recente. O volume é alto, mas ainda inferior ao da Chapecoense (15,7) e do Flamengo (14,8) no Brasileirão. O que chama a atenção é a pontaria gremista: 47,5% dos arremates vão na direção do gol. Os maiores chutadores do Brasileirão têm índice bem inferior, com a Chape acertando 35,8% e o Flamengo, 38,7%.
Poucos e certeiros cruzamentos
Para que insistir em cruzamentos quando o jogo de trocas de passes e tabelas é tão eficiente? O Grêmio cruza apenas 17,64 bolas por jogo, número inferior às médias de todos os times no Brasileirão. Quando recorre a esse tipo de lance, porém, o time é preciso. Tem acertado 29,96% dos cruzamentos: o líder de precisão no fundamento deste Brasileirão é o Vasco, com 26,7%.
Uma espinha dorsal bem definida
Chama a atenção a repetição de uma mesma base de equipe nestes 14 jogos, em que Renato utilizou, na escalação titular, apenas 18 jogadores.
A formação com Grohe; Léo Moura, Geromel, Kannemann e Cortez; Michel, Arthur, Ramiro, Luan e Pedro Rocha; Barrios foi a mais utilizada, sendo a escalação escolhida para quatro jogos. O mesmo time, apenas com a troca de Léo Moura por Edilson, foi a campo três vezes. Há mais três jogos em que essa escalação preferencial foi modificada em uma posição, totalizando 10 partidas em que a formação variou em apenas uma peça.
Na sequência, cinco jogadores disputaram todos os 14 jogos como titulares: Grohe, Michel, Arthur, Luan e Pedro Rocha.
O crescimento de Luan
Principal jogador do Grêmio, Luan foi alvo de críticas durante o difícil período após a eliminação no Gauchão. Os números antes e durante a arrancada de 14 jogos mostram como cresceu de produção.
Luan antes do início do Brasileirão
16 jogos
5 gols (0,31 gol por jogo)
34,87 passes por jogo
3,19 finalizações por jogo
Luan depois do início do Brasileirão
14 jogos
7 gols (0,5 gol por jogo)
44,14 passes por jogo
3,57 finalizações por jogo
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