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Em 18 de dezembro de 2011, o Barcelona, que enfrentava o Santos na final do Mundial de Clubes da Fifa, tinha nove de seus 11 titulares formados em La Masía, famosa escola de jogadores do time catalão. Quase um ano após ao jogo que deu o título mundial ao Barça, a história foi reescrita. Em novembro de 2012, os 11 titulares que entraram em campo contra o Levante haviam saído da base culé – e desses, apenas três (Messi, Pedro e Iniesta) não eram catalães.
Passados menos de cinco anos, em 2017 a realidade é bem diferente. A filosofia implantada por Johan Cruyff no início dos anos 1990 de apostar em um mesmo sistema de jogo para todas as divisões do clube e o investimento nas "canteras" de La Masía transformaram o Barcelona à altura de seu slogan: "mais que um clube", lema utilizado em referência ao compromisso com a sociedade catalã.
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A realidade começou a se transformar há dois anos. Na época, uma lista de 10 grandes promessas do clube, em evidência no time B na temporada anterior, foi divulgada por jornais espanhóis. Da dezena de destaques, apenas dois permanecem na Catalunha: o brasileiro Rafinha Alcântara e o espanhol Sergi Roberto. Um terceiro nome pode ser considerado se levarmos em conta que Gerard Deulofeu, vendido ao Everton, foi recontratado nesta temporada por R$ 45 milhões.
Alguns outros destaques da lista:
1) Sandro Ramirez, que após se destacar no Málaga, foi vendido ao Everton, de Liverpool.
2) Grimaldo, que após sair do Barça e ir para o Benfica, despertou interesse do Manchester City.
3) Sergi Samper, que ainda pertence ao clube, mas é emprestado seguidamente apesar de apelos da torcida por seu aproveitamento.
4) Munir, que deve ser negociado com o Ajax.
Na abertura da janela de transferências da temporada 2017/2018, o que preocupa a torcida do Barcelona, além dos insucessos da última temporada e os seguidos escândalos de corrupção de seus dirigentes, são as saídas de sua base. Eric Garcia, 16 anos, e Mateo Morey, 17 anos, seguiram o caminho de Manchester City e do Bayern de Munique, respectivamente.
A grande perda foi Jord iMboula, principal promessa do sub-19, artilheiro da edição 2016/2017 da Champions League da categoria, que deixou o clube após o Mônaco pagar R$ 11 milhões pelo garoto não valorizado na Espanha.
Enquanto perde suas promessas, o Barcelona gastou cerca de R$ 305 milhões em jogadores como Lucas Digne, André Gome e Paco Alcácer.
O que está acontecendo com o Barcelona?